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sábado, 25 de setembro de 2010

ARCO E FLECHAS

Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?

A chegada de um filho é quase sempre um momento de alegria. (vejam acima nossa foto, com a primeira filha e abaixo, estou com os dois). Ao senti-lo dentro do nós, nos transformamos, ao encontrá-lo nossos olhos se iluminam. Nossas mãos, nem sempre jeitosas, vão descobrindo as melhores formas de aconchegar, de acalentar. Devagar, na imperfeição do humano, vamos aprendendo a cuidar daquela pessoinha. Acertamos, erramos, entramos em pânico, choramos, sorrimos. O afeto empresta a paciência, a determinação para prosseguir.


Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!

O Poeta tem razão, não é nada fácil cuidar de um filho. Protegê-lo de perigos, traçar limites, estimular a aprendizagem, refletir e ensinar valores. Além das travessuras que aprontam, os problemas se ampliam quando eles ganham voz e começam a questionar. Primeiro são os porquês curiosos, fáceis de responder, é só adequar as palavras. Depois são os porquês desafiadores: Por que não posso? Quem disse que eu não vou?

Pelas esquinas da vida, espreitam perigos, alegrias, tristezas, sorrisos, desencantos, incertezas, sucesso. E nós pais, acompanhando, abraçando, conversando, refletindo, aconselhando, dando bronca, acarinhando. Momentos de tensão, às vezes, mas também, momentos amorosos, como o relatado por Georgia.
(Nas fotos, meus filhos em criança, ela, já deixando perceber o gosto pela moda, e ele, o de lidar com tecnologias da comunicação e informação. )



Melhor não tê-los..
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que maciez
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Os laços que se estabelecem são tão fortes que esquecemos que eles não nos pertencem, são filhos da vida. E chega a hora que têm de partir de seguir seu destino.

A imagem poética de Kalill Gibran é perfeita, somos os arcos dos quais nossos filhos são arremessados como flechas vivas. O arqueiro ( a divindade, pra quem acredita, ou o destino), mira o alvo na senda do infinito, e nós, arcos, esticadinhos somos o suporte para que o filho, lança viva, voe.

E aqui estou eu, mais uma vez, como um arco, tensa para lançar a nova flecha. A filha aventureira, voo primeiro, morou em Paris, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e voltou para Bahia. Agora é a vez do filho, apaixonado, que segue a namorada para viver uma vida a dois, em Brasilia. Alegria e melancolia se misturam, alegria de vê-los felizes, cheios de planos para a nova vida e a tristeza vem da saudade.

Que a graça divina esteja conosco nos dando compreensão e harmonia para viver com alegria a renovação do amanhã.

PS- Os versos são do Poema Enjoadinho de Vinicius de Moraes
Outras citações são do poema Sobre os filhos de Kalil Gibran, do livro O Profeta, completo abaixo.


Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor,mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles,
mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás
e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos
são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito
e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro
seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

7 comentários:

Bergilde 26 de setembro de 2010 às 13:04  

Adorei porque penso assim também,isto é,filhos são a melhor coisa na vida de um casal,mas um dia eles crescem e seguem seus próprios destinos e por isto valorizo cada momento com eles e tento dar o melhor de mim,mesmo que este melhor não seja tudo enfim...
Vou copiar esse poema, posso?
Abraço e feliz semana pra ti,
Bergilde

Bel 27 de setembro de 2010 às 07:36  

Que lindas as fotos, que memória boa de momentos únicos!... Lembro bem de Maína nessa fase da foto em que estão vcs três.

Mas a melhor de todas é Ramon com a "nova tecnologia" (rá!) da máquina de escrever!!! kkkk Adorei!!!

É, nêga, as flechas voam, os arcos ficam. Eu fui "precoce": fiquei sem filho bem antes que você... mas dá pra sobreviver, apesar da saudade e das preocupações naturais de mãe.

E quando eles vão felizes, a gente aguenta mais fácil.

Deus te abençoe e a eles, nessa nova fase.

Engraçado é que eu sempre li o poema de Gibran, mas os dois últimos versos pareceram novidade absoluta pra mim. Será uma inserção apócrifa ou é a memória DDA em ação? (Ás vezes não reconheço nem um texto meu... kkkk)

Beijo, saudade...

Ramon Pinillos Prates 28 de setembro de 2010 às 17:49  

Valeu pela homenagem!
beijos!
Amo você também!

Dalva Nascimento 28 de setembro de 2010 às 22:19  

Nada melhor que o poema do Vinicius para definir a dor e a delícia de ter filhos... belíssimo post!

Bjs.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ 9 de outubro de 2010 às 06:21  

Marta, li no mesmo dia mas como nao estava online nao pude deixar um comentario. Que lindas fotos e recordacoes. Você me parece ser uma mae super carinhosa e atenta aos filhos.

Nossa, vc novinha nao mudou muita coisa nao. Continua bonitona, rs.

Um beijao bencaos pra você e os filhos

Andressa Mezzomo 8 de novembro de 2011 às 17:33  
Este comentário foi removido pelo autor.
Andressa Mezzomo 8 de novembro de 2011 às 20:00  

Muito bem expressado!!! bjse td de bom!!!!

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