12 LIVROS EM 12 MESES - SETEMBRO
NUNCA FUI PRIMEIRA DAMA
Wendy Guerra
Saraiva, 2010
Escrevendo numa prosa muito pessoal a autora vai juntando trechos de um programa de rádio, letras de músicas, trechos de diário, cartas, fragmentos de um livro escrito pela sua mãe, reminiscências de amigos e constrói um livro totalmente original.
Confessa que o escreveu como uma forma superar o passado, narrando ou ouvindo relatos sobre os acontecimentos, procura redescobrir a sua própria identidade, dissolvida numa relação interrompida com a mãe. O texto tem o ritmo espontâneo e errático da lembrança.
Confessa que o escreveu como uma forma superar o passado, narrando ou ouvindo relatos sobre os acontecimentos, procura redescobrir a sua própria identidade, dissolvida numa relação interrompida com a mãe. O texto tem o ritmo espontâneo e errático da lembrança.
Cuba, ilha profundamente amada onde nasceu e cresceu, é também um personagem, imersa em suas contradições. “Estamos boiando num ideal flutuante, um não lugar, utopia incrustada no centro do Caribe.”. Os heróis de um passado revolucionário, cultuados nas escolas, são um contraponto, aos heróis do cotidiano, “vítimas de uma sobrevivência doméstica, calada, dolorosa.”
O mistério que envolve a partida da sua mãe, quando Nádia era ainda adolescente, tendo como possível causa um livro censurado, que relatava a história de Célia Sanches, participante da guerrilha revolucionária e que foi uma das principais assessoras de Fidel. Seguindo pista que recolhe aqui e ali, a reencontra em Moscou com uma doença que lhe tirou a memória. A traz de volta a Havana, ela redescobre na fala dos seus amigos uma mulher forte, criativa.
Entre os guardados da mãe encontra as anotações para o livro da história de Célia, entrecruzando as histórias, recupera o papel das mulheres na história do país. Em paralelo sua histórias da propria vida, os amigos, as dúvidas no amor, a arte, a busca por identidade, são retratos daquelas que cresceram educadas nos ideais revolucionários, convivendo com as dificuldades do cotidiano do país.
O livro é um retrato íntimo da ilha, não daquela Cuba revolucionária, de heróis, mas da Cuba de pessoas simples, alegres, que buscam sobreviver, onde tenho grandes aprendi a amar. Lendo uma entrevista da autora faço meu um dos seus pedidos a um gênio imaginário, de que Cuba consiga "se reorganizar sem renunciar a uma utopia possível."
O livro é um retrato íntimo da ilha, não daquela Cuba revolucionária, de heróis, mas da Cuba de pessoas simples, alegres, que buscam sobreviver, onde tenho grandes aprendi a amar. Lendo uma entrevista da autora faço meu um dos seus pedidos a um gênio imaginário, de que Cuba consiga "se reorganizar sem renunciar a uma utopia possível."

Eu queroooooooo!
Eita, nem peguei o Saramago que vc trouxe da última vez... e nem vc levou o "jogue fora 50 coisas"! Ai ai...
Tucha,como sempre por aqui ótimas escolhas e sugerimentos de leitura.E a sua percepção estimula também o interesse pelo livro.
Abraço grande,Bergilde
Hum... acho que esse livro não ia me interessar muito não.
Adorei essa tua proposta de compartilhar leituras...
Te recomendo A Louca da Casa de Rosa Montero.
Postar um comentário