ENTRE AMIGOS - RESENHA DE LIVRO
OZ, AMÓS, Entre amigos- 1ª ed. São Paulo, Companhia das Letras
Por conta de outras leituras que despertaram o interesse pela cultura judaica, decidi ler um escritor israelense, escolhi Amós Oz, a sua obra mais recente – Entre amigos, um livro de contos. Confesso que este não é meu gênero literário favorito. A narrativa curta muitas vezes me incomoda por deixar muito por conta da minha imaginação, deixando por vezes uma certa insatisfação. Li em algum lugar a citação de Cortázar de que o conto vence o leitor por nocaute e o romance por pontos. Neste livro os contos de Oz me levaram a lona e me deixaram grogue por dias.
São
oito histórias interligadas, tendo
como
cenário um kibutz (em
hebraico
a
palavra significa
grupo) nos anos 50. A proposta destas comunidades era a convivência
de israelenses de diversas origens, partilhando a
ideia socialista de propriedade coletiva, vivendo
um
cotidiano
de trabalho árduo
e decisões
compartilhadas.
De
forma engenhosa, ao dividirem
o mesmo espaço
os
personagens são
protagonistas
numa
história e secundários em outras. O
sonho da vida comunitária do kibutz contrasta com os dramas
individuais tendo a solidão como marca. As
decisões coletivas e os
desejos de decidir o próprio futuro se enfrentam, a missão
de perpetuar um povo e sua cultura entram em choque com a busca da realização pessoal
e da
felicidade.
Alguns
personagens me
comoveram
especialmente. Um menininho inadaptado
a vida
na casa das crianças, e
pergunta ao pai arrumar a coleção
de selos se existem países onde
os filhos podem dormir a noite
com os pais,
e o velho sobrevivente do Holocausto que acredita na abolição dos
estados nacionais e numa fraternidade mundial e pacifista falando o
esperanto como idioma comum. E foi este olhar sobre o interior,
angústias, dificuldades de adaptação, sentimentos e sonhos mais
profundos, que me encantou.
Separações, crises entre amigos, apego ao pai, cada passo em direção ao novo trás um elemento familiar. Dramas universais que permanecem os mesmos quando se sonha construir uma sociedade inovadora coletivamente.
Quem ficou curioso sobre o livro, leia também a entrevista do autor.
Separações, crises entre amigos, apego ao pai, cada passo em direção ao novo trás um elemento familiar. Dramas universais que permanecem os mesmos quando se sonha construir uma sociedade inovadora coletivamente.
Quem ficou curioso sobre o livro, leia também a entrevista do autor.
1 comentários:
Não fiquei interessado, mas sempre fico impressionado com seu ritmo de leitura de livros. heeheh
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