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quarta-feira, 25 de junho de 2014

ENTRE AMIGOS - RESENHA DE LIVRO


OZ, AMÓS, Entre amigos- 1ª ed. São Paulo, Companhia das Letras

Por conta de outras leituras que despertaram o interesse pela cultura judaica, decidi ler um escritor israelense, escolhi Amós Oz, a sua obra mais recente – Entre amigos, um livro de contos. Confesso que este não é meu gênero literário favorito. A narrativa curta muitas vezes me incomoda por deixar muito por conta da minha imaginação, deixando por vezes uma certa insatisfação. Li em algum lugar a citação de Cortázar de que o conto vence o leitor por nocaute e o romance por pontos. Neste livro os contos de Oz me levaram a lona e me deixaram grogue por dias.

São oito histórias interligadas, tendo como cenário um kibutz (em hebraico a palavra significa grupo) nos anos 50. A proposta destas comunidades era a convivência de israelenses de diversas origens, partilhando a ideia socialista de propriedade coletiva, vivendo um cotidiano de trabalho árduo e decisões compartilhadas.

De forma engenhosa, ao dividirem o mesmo espaço os personagens são protagonistas numa história e secundários em outras. O sonho da vida comunitária do kibutz contrasta com os dramas individuais tendo a solidão como marca. As decisões coletivas e os desejos de decidir o próprio futuro se enfrentam, a missão de perpetuar um povo e sua cultura entram em choque com a busca da realização pessoal e da felicidade.

Alguns personagens me comoveram especialmente. Um menininho inadaptado a vida na casa das crianças, e pergunta ao pai arrumar a coleção de selos se existem países onde os filhos podem dormir a noite com os pais, e o velho sobrevivente do Holocausto que acredita na abolição dos estados nacionais e numa fraternidade mundial e pacifista falando o esperanto como idioma comum. E foi este olhar sobre o interior, angústias, dificuldades de adaptação, sentimentos e sonhos mais profundos, que me encantou.

Separações, crises entre amigos, apego ao pai, cada passo em direção ao novo trás um elemento familiar. Dramas universais que permanecem os mesmos quando se sonha construir uma sociedade inovadora coletivamente. 

Quem ficou curioso sobre o livro, leia também a entrevista do autor. 

1 comentários:

Ramon Pinillos Prates 25 de junho de 2014 às 13:35  

Não fiquei interessado, mas sempre fico impressionado com seu ritmo de leitura de livros. heeheh

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