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segunda-feira, 17 de junho de 2013

CELEBRANDO A VIDA

Passamos ao longo da vida múltiplas transformações. Quando criança, por exemplo, os desafios são dramáticos (conhecer o mundo, andar, falar etc.), e, sem a menor consciência, vamos vivendo mudanças. Ao nosso redor a família vibra com o nosso gradativo desenvolvimento, nossas conquistas cotidianas.


Na adolescência, o processo de mudanças continua, agora falantes, buscamos expressar nossas angústias, alegrias ou tristezas diante do que vivemos. Mas consideramos ganho entrar na vida adulta com seus prazeres e obrigações.

Certamente as transformações são mais dramáticas no envelhecimento. Especialmente porque nessa fase da vida basicamente perdemos, gradativamente o corpo vai perdendo força física, massa muscular, beleza, memória. E temos consciência de tudo o que ocorre.

Acredito que começamos a percepção através do espelho. Cecília Meireles descreve num poema o espanto diante da nova imagem.
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

Uma das perdas mais sofridas é a da memória. Começamos a demorar de lembrar. Li em algum lugar que o que mergulha primeiro nas sombras do esquecimento são os nomes próprios, depois os substantivos comuns também se embaralham. A conversa vai ficando entrecortada de silêncios. Como era mesmo o nome da vizinha, daquele filme, daquela atriz. Curiosamente os adjetivos não somem. Aparecendo o nome, sua qualidade em junto, dos fundos da memória. O nome está em algum lugar, algum tempo, de algum jeito.

Parece que vamos ficando em câmara lenta. Os reflexos vão ficando retardados, a marcha não é mais a mesma, podemos tropeçar e cair mais facilmente. Vai sendo reduzida também a acuidade auditiva, a visual.

Sentimos a presença das mudanças. E perder não é  bom. Alguns vivem estas perdas com amargura e sofrimento. Outros porém  conseguem sorrir diante da perda, conviver com os limites e especialmente inventar novas formas de criar e conviver.

Uma das minhas amigas celebrou hoje o seu aniversário com arte. Ao aposentar-se começou a fazer cursos de teatro, de contadora de história e foi uma revelação.  No palco se recriou e, com arte, enfrenta as transformações que o novo momento de vida trouxe. Celebrando a vida sempre.

2 comentários:

Ramon Pinillos Prates 19 de junho de 2013 às 18:08  

Tava tentando entender do que se tratava a foto, até que no final veio a explicação.

Bergilde 21 de junho de 2013 às 12:19  

Ótimo modo de celebrar a vida este da sua amiga.Cada dia é preciso ser valorizado e as mudanças devem servir para fins positivos também.
Abraço afetuoso hoje retornando brevemente online.

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