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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NAUFRÁGIO, TUSUNAMIS E MILAGRES

Dois filmes em cartaz lidam com a questão dos valores humanos e da relação do homem com o seu lado espiritual no momento das dificuldade de maneira distinta e nos fazem refletir.

O primeiro é "O Impossível" de Juan Bayona, tem como cenário uma praia da Tailândia atingida pelo tsunami de 2004. Acompanha a história de uma família (com foco maior na esposa e filho adolescente) em meio à catástrofe. O diretor não poupa a platéia de um registro detalhado do horror, toda a destruição física e psicológica do que antes era um paraíso bucólico na Terra.
O segundo filme é "As aventuras de Pi", de Ang Lee. sobre um adolescente indiano que sobrevive a um naufrágio e passa meses num bote, acompanhado de um tigre.
Nele a direção evita o realismo e se entrega a fantasia que está no  azul mágico do céu, do mar povoado de anêmonas e medusas, nos cardumes alados providenciais no momento de fome, na ilha povoada de suricatos. Apesar de escolher um caminho fantasioso para contar a história Ang Lee não muda a sorte do seu naufrago, como o personagem descreve "o navio afunda, minha família morre e eu sofro".

Acredito que mesmo sendo o recorte temporal, espacial e dramático um filme deve nos permitir entender a vida inteira de um personagem, as imagens e as palavras devem nos fazer inferir, imaginar além do que estamos vendo e ouvindo.


Construindo uma história bastante linear "O Impossível", centra mais na ação, repetindo com preciosismo as imagens dos acontecimentos verídicos, já banalizados na mídia explora pouco os conflitos internos dos personagens. Aliada a uma angústia manipulada por desencontros, coincidências e uma trilha sonora, que serve apenas para destacar a catarse de sentimentos previsíveis da trama.


Já "Pi" explora mais as inquietações do personagem diante da espiritualidade e da vida, o adolescente nos parece bastante maduro para a idade. Aliado a fotografia por vezes surreal embarcamos - literal e simbolicamente - numa aventura exterior e interior que transcende a "história de superação".



A arte, assim como a religião, é uma tentativa de dar sentido à existência ou questioná-la ao menos. "O Impossível"  restringe sua história a personagens que sobreviveram as ondas e infecções por pura sorte e não vai além. "A vida de Pi" que apesar da pretensão de se apresentar com história que prova a existência de Deus, não chega a tanto, mas se termina de assisti-la com respeito através do caminho generoso de empatia e beleza.


3 comentários:

Ramon Pinillos Prates 9 de janeiro de 2013 às 23:11  

Assisti Pi e achei bem legal, mas não o máximo. Em breve texto no meu blog. Beijos!

Bel 10 de janeiro de 2013 às 07:52  

pois eu estive na porta do cinema (com você) e não desejei ver nenhum dos dois! Sei lá, não tô muito pra ver tragédias (e prefiro pensar na Tailândia como o próximo destino de férias) e não tô com muito saco pra fantasias mirabolantes.
Na verdade, acho que estou simplesmente sem saco. Ponto.

Bergilde 15 de janeiro de 2013 às 09:28  

Ví pela Internet algumas críticas desses filmes.Ando fora da realidade cinematográfica adulta,mas é sempre bom passar por aqui e me atualizar nesse aspecto também.
Grande abraço Tucha,

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