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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

PLANOS

Sobrevivi as espumas flutuantes das ondas e das cervejas de final de ano. Um tanto mareada, sem navegar, desequilibrada, apesar de não estar  na corda bamba, tudo culpa dos meus sensíveis labirintos.

Apesar disso, entrei no novo ano "com amor no coração",  "avançando através dos grossos portões"  com "planos muito bons". A cada final de ano, como na canção dos Doces Bárbaros, nossos planos são muito bons.

Sim os planos são muito bons, mas como sempre têm o benefício da dúvida, tudo bem que podemos botar a culpa na crise mundial, na conjuntura astrológica, ou nos outros. Entretanto, se olharmos bem nossos planos nunca são atrapalhados por crise ou quadratura nenhuma, nem por ninguém. Concretizá-los depende mesmo de uma guerra interna incrível, destes nossos juízos repletos de defeitos de fábrica, ou seja, demasiadamente humanos.

Dizem que plano bom é plano no papel, ainda não-realizado, pois sempre são maravilhosos.  Na hora do "vamos que vamos" é que começam a complicar, terminam nunca integramente cumpridos. E no caso dos planos de final de ano, possivelmente só uns humanos 10%, ou será menos?  Entretanto a cada novo ano eles retornam, reciclados, repaginados, embora sejam os mesmos que os de mil novecentos e antigamente.

Estes bons planos vão se arrastando ao nosso lado, por tanto tempo que viram nossos melhores cúmplices, nossos melhores amigos. Eles sabem que se os realizássemos completamente, a vida perderia a graça, seriamos insuportavelmente perfeitos, estaríamos magros,  gozando uma saúde invejável, falando pelo menos três idiomas, com o orçamento equilibrado.

Nossos planos leram sobre as dietas saudáveis e compraram  frutas, grãos, arroz integral, mas terminaram sucumbindo na primeira sexta feira do ano ao caruru e ao vatapá. Nossos planos lambem os beiços e esqueceram de todas as promessas realizadas.

Nossos planos que começam o ano tão cheios de energia, vão começando a odiar a academia de ginástica, a caminhada pela manhã, tornam-se tão preguiçosos como uma "siesta" espanhola.

Nossos planos são muito bons, entretanto o ano vai passando e eles se espreguiçam, estalando todas as juntas, começam a gostar de uma rede, de um ócio contemplativo.

Até que chega dezembro com sua pressa, os sacode, os questiona, o que é que é isso companheiro. E eles se reanimam outra vez  cheios de esperança que afinal vai ser desta vez. Vai??? 



PS- A fotografia é da fitinhas cheias de esperança de milagre na sacristia da Igreja do Bonfim - Salvador, feita com o celular.

2 comentários:

Bel 6 de janeiro de 2013 às 22:39  

Eu tô muito relapsa nas minhas leituras bloguísticas... perdoe-me!
Crise de labirinto? Oh, não! É um saco. Planos? São mesmo maravilhosos no papel, concordo. Mas... vamos que vamos!
Beijooo

Bergilde 15 de janeiro de 2013 às 09:29  

É sempre bom te ler,
Um grande abraço meu!

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