VIRTUALIDADES
Aqueles que são do século passado
como eu, devem lembrar-se daquele tempo em que conversávamos nas mesas de
bares, ou no sofá da casa de um amigo e se alguém esquecia alguma coisa, todos
nós usávamos a memória até que alguém recordasse a informação. Era o nome do ator daquele
filme, o autor daquele livro, ou os versos daquele poema de Pessoa, a letra
daquela música de Caetano.
Pois é, momentos assim estão cada
vez mais raros, hoje sempre esquecemos tem alguém que recorre ao Google ou outros
sites de busca e trás a resposta, com inúmeros detalhes. Estamos deixando de
lado o uso da nossa capacidade de evocar informações no nosso dispositivo
natural (o cérebro) e recorrendo cada vez mais os dispositivos artificiais. Em
breve nossa memória vai entrar em desuso (rs,rs,rs) e vamos ter que andar com
HD externo pra não esquecer de nada.
Mas os encontros ao vivo com os
amigos também estão rareando, nos “vemos” agora nas redes sociais. Tudo bem que
desta forma estamos em contato com muita gente geograficamente espalhada pelo
mundo. Podemos curtir as fotos daquele amigo que mora nos Estados Unidos ou da
amiga que vive em Londres, temos as imagens da viva mansa da amiga que tem uma pousada no
litoral do Ceará, acompanhamos quase em tempo real a viajem dos amigos
conectados, podemos interagir com tudo o que compartilham conosco.
Outra ajuda virtual é são os GPS. Minha prima Bel conta que
guiou o motorista de taxi a chegar ao endereço desejado numa cidade
desconhecida para ela. Entretanto, outro amigo quase brigou com um taxista que
seguia o GPS, ignorando a orientação que ele dava para chegar à sua casa.
Pouca gente deixa de recorrer às
orientações dos mapas virtuais ( mesmo sem ter GPS) antes de ir a um endereço
desconhecido. Com o Google podemos vivenciar caminhar pelas ruas de uma cidade
e “chegar ao endereço”. Na viagem a Lisboa, experimentei usar o recurso para ir
do local da parada de ônibus do aeroporto até o hotel, no virtual foi fácil,
fácil. Na realidade foi bem diferente, me “enrolei”, e como estava puxando a
mala, foi dureza. Mas encontrei um português simpático que deu orientações
eficientes e cheguei lá.
Pode ser interessante “caminhar” pelas ruas de uma cidade,
“visitar em 3 D” seus pontos turísticos através do Googles street view. Recordei um
filme que vi há muito tempo onde eram oferecidas viagem virtuais. As pessoas
recebiam uma espécie de chip, acomodadas numa confortável poltrona com um
aparelho fixado ao rosto e viviam a viagem como uma espécie de sonho. Uma
viagem sem sair de casa, certamente sem os contratempos das esperas nos
aeroportos, das interferências climáticas. Quase perfeita. Será? E os cheiros,
os sabores, os burburinhos, as confusões que dão um toque adicional a aventura
de viajar?
A virtualidade facilita enormemente nosso acesso a informação,
nos aproxima pela facilidade do correio eletrônico e outra interações virtuais com
os amigos, espalhados por este mundão. Mas não supera o a vivo e a cores de um
abraço, um papo numa mesa de bar ou num banco de jardim. E viagens as quero na
real, mesmo com os eventuais problemas. Nada supera a delícia de contemplar a
paisagem sentindo a brisa, ou a ventania, mesmo que a gente se perca nas
desconhecidas ruas e tenha dificuldade para se comunicar em uma língua diferente
da nossa.
Falando nisso parto para uma cidade que considero a mais
bonita do mundo (depois de Ilhéus é claro rs,rs,rs). E vou de coração e
sentidos abertos, disponível para todas as possibilidades que a realidade
apresenta. Vão adivinhar para onde vou ou tenho que desenhar?
5 comentários:
Tucha,bom dia!
Confesso que para mim,geograficamente distante de pessoas queridas,a Internet tem sido grande facilitadora de encontros,ainda que virtuais.Podemos perceber essa tecnologia de modo positivo ou negativo,dependendo de como a utilizamos.Hoje em dia ninguém mais pode estar livre dela!Isto é dado de fato.
Que você aproveite esses dias nesse local que só pela imagem já percebo bem aconchegante e agradável,principalmente,se for em boa companhia!
Grande abraço,até a volta!!!
Concordo com o comentario da Bergilde, para nós que vivemos distante da nossa terra, tem sido uma bencao toda essa evolucao na comunicacao.
Bon Voyage.
o virtual tem lado positivo e negativo, faz parte.
Bom desenho, concordo com sua classificação de cidades mais bonitas do mundo! ;)
E nem dá pra discordar, mesmo que alguém quisesse, da presença da virtualidade em nossas vidas. Massss... eu tenho experimentado o inverso: conhecer ao vivo quem eu só conhecia no virtual. Agora mesmo, indo pra Londres... vou encontrar com um casal querido, que já faz parte da minha vida! E Vitória tb, claro!!!
Enfim... é bom ver o lado positivo da coisa toda!!!
A proposta era conectar as pessoas e deixá-las mais próximas, mas aparentemente o efeito é o contrário né? Estamos tão perto e tão longe uns dos outros.
A vida atual é bastante curiosa, mas como penso que tudo vive em ciclos espero que ainda esteja vivo para as coisas voltarem um pouco mais para o "real social".
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