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sábado, 5 de novembro de 2011

ENCONTROS E DESPEDIDAS

A inspiração para o título de um dos versos do Samba da Benção, de Vinicius: “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

O poeta tem razão, a vida tem encontros memoráveis. Nunca esquecerei o dia que nasceram meus filhos e pude aconchegá-los nos braços, foram os encontros mais emocionantes da minha vida.

Por vezes fantasio que tenho premonições, foi assim quando conheci aquele que viria a ser o pai dos meus filhos, disse a uma amiga que aquele homem seria meu marido, o que terminou acontecendo 6 meses depois. Da outra vez que amei também foi assim, nos conhecemos numa festa de amigos, conversamos pouco, no dia seguinte o amigo me disse que ele queria meu telefone, e o novo encontro foi encantamento.

Outras vezes é a sensação de identificação é tão grande que nos faz acreditar ser o novo amigo um velho conhecido. Foi desta forma quando conheci minha melhor amiga, estavamos em uma viagem, fomos estreitando os laços e ela se tornou companheira de muitas viagens depois.

Os desencontros, as separações também nos acompanham ao longo da vida. A maioria delas são tristes e dolorosas, outras trazem até certo alívio porque finalmente se consumaram. Não falo de afastamentos geográficos, de familiares ou amigos, que por motivos diversos mudam de cidade. Mesmo que sintamos falta da companhia cotidiana ficamos felizes porque a pessoa seguiu um novo e desejado rumo para a sua vida. Falo de vidas compartilhadas, juntas e de repente... o que parecia consolidado se desfaz.

Os tempos que seguem são extremamente dolorosos. Chico fala do outro como pedaço, metade que é afastada, amputada, e descreve a dor que a ausência da amada (o) traz: a saudade dói latejada, dói como um barco que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais. E pede que ele (a) leve o que há de dele (a), os olhos, o olhar.

Entretanto não dá pra ficar carregando eternamente “a mortalha do amor”, ou "um pote de mágoas". Existe quem transforme a dor em poesia, letra e melodia, ou em projeto artístico (como a Sophie Calle). No ritmo de cada um vamos secando as lágrimas, acalmando o coração machucado, abrindo a janela para o sol e a alegria outra vez. Pois o poeta diz no samba que inspirou o título quem “é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe é assim como luz no coração”.

7 comentários:

Carlucha 6 de novembro de 2011 às 09:04  

"A vida começa todos os dias..." Érico Veríssimo

Gosto dessa ideia de recomeçar todos os dias, não que seja fácil, mas me dá a sensação que tenho uma nova oportunidade, uma nova chance, renovada a cada nascer do sol, de superar as mágoas e investir no meu crescimento... afinal como diria Nietzsche: "O que não me mata, me fortalece!" hehe
E viva o novo dia!! :D Bjos

Bergilde 6 de novembro de 2011 às 13:05  

Tucha querida,abraço carinhoso!
Um texto bem bolado o seu que traz essa profunda reflexão apoiando-se em pensadores e poetas sobre como tudo na vida é efêmero.Tentamos por diversos motivos eternizar os bons momentos,até como defesa psicológica diante da crueza do cotidiano,mas tudo é cíclico e se bem conseguirmos atingir essa compreensão conseguiremos também ser menos apegados às coisas terrenas...

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ 7 de novembro de 2011 às 06:10  

Bom dia Marta!!!

Que texto profndo e cheio de verdades.

Contudo isso, é melhor passar pela dor da despedida do que nunca ter vivido uma experiência de Amor!

Grande beijo

placco araujo 8 de novembro de 2011 às 17:10  

Realmente, demos o mesmo título... Eu chamaria isto de SINCRONICIDADE, pois coincidências não existem, não é?


Mas não me sinto gabaritado para comentar o seu post... acho que ando um pouco tosco nas minhas leituras...

Um beijo, menina

Edson

Dalva Nascimento 15 de novembro de 2011 às 16:33  

Essa dor não cala... é dor profunda. Faz parte dos relacionamentos. O importante é o recomeço, sempre.

Bjs.

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