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quinta-feira, 23 de junho de 2011

OLHA PARA O CÉU...


Passávamos por cidadezinhas cobertas de bandeirolas coloridas até chegar a fazenda dos meus avós. Tudo respirava a festa que se aproximava.

Chegávamos um dia antes para os preparativos. A folia já começava por estamos todos juntos: primos, tios, tias, avós na grande casa avarandada. A noite chegava e colchões eram espalhados pelo chão, crianças correndo muitas conversas e risadas antes de pegar no sono.

O grande dia (que na verdade era a véspera) começava cedo, a neblina espalhada pelo campo e nós a caminho do curral para ver a ordenha das vacas. Meu avô bebia o leite cru com mastruz, dizia que fazia bem. Mas nós esperamos um pouco mais para misturá-lo ao café e ao chocolate. A grande mesa do café da manhã arrumada com bolos, cuscuz de milho, pão quentinho era o segundo ponto de parada.

As crianças eram convocadas para montar a fogueira em frente à casa e decorar a casa. Depois ganhávamos a liberdade de explorar a fazenda, subir em árvore, catar fruta, montar em cavalo. Enquanto isto avó e as tias ficavam na cozinha ralando o coco e o aipim, debulhando o milho, lavando o amendoim, preparando novas iguarias. Das mão dedicadas saiam a canjica, a pamonha, o bolo de aipim e outras delícias.

A ansiedade aumentava no final da tarde quando começávamos a arrumar, vestidos coloridos para as meninas, calças remendadas para os meninos, nos deixavam usar batom e desenhavam bigodes nos primos.Não havia luz elétrica na fazenda, os candeeiros eram espalhados pela casa para iluminá-la. A música ficava por conta de minha tia Suzana que tocava acordeon e alegrava.

Mesmo a contragosto do meu avó, que achava um esperdício de dinheiro, cada grupo familiar exibia o seu acervo pirotécnico. Cobrinhas elétricas, bombas, chuvas de prata, traques de massa, vulcões (eram lindos). Os balões ainda não eram proibidos, meu pai soltava alguns pequenos e delicados, que por alguns minutos concorriam com as estrelas iluminando o céu.

Olhando por céu desta noite me veio uma nostalgia daqueles tempos. Tantas outras festas juninas vá vivi, alegres, tristes, mas aquelas permanecem na minha memória afetiva pra sempre.

A foto acima é do fotógrafo Adenor Gondim

3 comentários:

Marcio Melo 25 de junho de 2011 às 17:18  

Ainda hoje me dou o prazer de passar o São João no interior, apesar de muita coisa não ser lá como antigamente em meus tempos de criança, a cidade que eu vou "Conceição do Almeida" ainda é bem tradicional.

É uma viagem prazerosa

Ramon Pinillos Prates 28 de junho de 2011 às 20:24  

Aqui em Brasília tem várias festas juninas, alias tem até julinas. Mas no dia de são joão não tem nada.

Bel 9 de julho de 2011 às 17:40  

Pois minhas lembranças de São João na infância são de SEU PAI com uma cesta imensa de fogos, soltando e eu só olhando (meu pai não deixava)!

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