OLHA PARA O CÉU...
Passávamos por cidadezinhas cobertas de bandeirolas coloridas até chegar a fazenda dos meus avós. Tudo respirava a festa que se aproximava.
As crianças eram convocadas para montar a fogueira em frente à casa e decorar a casa. Depois ganhávamos a liberdade de explorar a fazenda, subir em árvore, catar fruta, montar em cavalo. Enquanto isto avó e as tias ficavam na cozinha ralando o coco e o aipim, debulhando o milho, lavando o amendoim, preparando novas iguarias. Das mão dedicadas saiam a canjica, a pamonha, o bolo de aipim e outras delícias.
A ansiedade aumentava no final da tarde quando começávamos a arrumar, vestidos coloridos para as meninas, calças remendadas para os meninos, nos deixavam usar batom e desenhavam bigodes nos primos.Não havia luz elétrica na fazenda, os candeeiros eram espalhados pela casa para iluminá-la. A música ficava por conta de minha tia Suzana que tocava acordeon e alegrava.
Mesmo a contragosto do meu avó, que achava um esperdício de dinheiro, cada grupo familiar exibia o seu acervo pirotécnico. Cobrinhas elétricas, bombas, chuvas de prata, traques de massa, vulcões (eram lindos). Os balões ainda não eram proibidos, meu pai soltava alguns pequenos e delicados, que por alguns minutos concorriam com as estrelas iluminando o céu.
Olhando por céu desta noite me veio uma nostalgia daqueles tempos. Tantas outras festas juninas vá vivi, alegres, tristes, mas aquelas permanecem na minha memória afetiva pra sempre.
A foto acima é do fotógrafo Adenor Gondim
Ainda hoje me dou o prazer de passar o São João no interior, apesar de muita coisa não ser lá como antigamente em meus tempos de criança, a cidade que eu vou "Conceição do Almeida" ainda é bem tradicional.
É uma viagem prazerosa
Aqui em Brasília tem várias festas juninas, alias tem até julinas. Mas no dia de são joão não tem nada.
Pois minhas lembranças de São João na infância são de SEU PAI com uma cesta imensa de fogos, soltando e eu só olhando (meu pai não deixava)!
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