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terça-feira, 22 de março de 2011

SOLIDARIEDADE


A idéia deste post surgiu com a solicitação de um amigo no Facebook, o Adenor Gondim, nos conclamando a divulgar mensagem de solidariedade com os que enfrentam o câncer.

Enfrentar uma doença grave é sempre uma difícil estação da vida. Ver o corpo se deteriorar, sentir a capacidade física, psíquica e emocional esvair-se por conta do adoecimento e da invasão de remédios é uma experiência dolorosa e sofrida.

Sunsan Sontag, no livro a Doença como Metáfora, ensaio escrito quando enfrentava um câncer, diz que “a doença é o lado sombrio da vida, uma espécie de cidadania mais onerosa”. Prossegue dizendo que cada um de nós tem uma dupla cidadania, uma no reino da saúde e outra no reino da doença, e, embora todos prefiramos usar somente o bom passaporte, mais cedo ou mais tarde, seremos obrigados a identificar-nos como cidadão do outro país.

Neste reino da doença, vive-se a angústia do confrontamento com o medo da morte, com os limites do corpo, com a dor, com o sofrimento. Uma doença, fatal ou não, nos leva sempre a parar e a refletir sobre a nossa vida.

Assim como cada organismo reage de forma exclusiva diante dos estímulos, cada pessoa reage no modo diferente no adoecimento, nos aspectos emocionais, sociais e espirituais. Os ritmos são diferentes, os estados, as trocas afetivas e as formas de expressa-las são sempre únicas.

Existem aqueles que preferem manter-se isolados, restringindo os contatos aos mais próximos. Outros investem na vida familiar, social ou espiritual. Se aproximam da fé através de uma comunidade religiosa, dos amigos, ou se associam em grupos de apoio para compartilharem suas vivências. Um dos mais interessantes é o Re vida, cujo livro Estações da vida, já emprestei a várias pessoas.

Existem aqueles que escrevem sobre o seu cotidiano de enfrentamento da doença, usam este recurso quase que terapeuticamente. A virtualidade tem ajudado a divulgar estas experiências através dos blogs. Famosos como a atriz Márcia Cabrita que escreve o Força na peruca, e anônimos registam e dividem suas angústias e conquistas na luta pela cura.
Acredito que a busca deve ser sempre de razões significativas para permanecer vivo, de entusiasmo para enfrentar os dias difíceis. E ai é que entram os queridos, familiares e amigos. São eles que irão ajudar, quando nos momentos de crise, por exemplo, na náusea pós quimioterapia, na fragilidade para lidar com a perda dos cabelos, vão estar ao lado para uma palavra carinhosa, uma companhia animadora.

Mesmo quem não é muito bom de conversa, uma companhia para um por do sol, um bolo bem preparado, um telefonema carinhoso, são pequenas delicadezas e cuidados que fazem a diferença. Vale tentar.

PS- As fotografias são de Adenor Gondim, o amigo que inspirou o post, um grande fotógrafo, quem quiser ver outras vá no blog: Apenas Bahia.

4 comentários:

Bergilde 23 de março de 2011 às 06:23  

Câncer é um tema por incrível que pareça ainda cheio de tabus,mesmo que praticamente todos temos ou tivemos algum parente,amigo ou simplesmente conhecido com essa doença.Falar dela,de como enfrentá-la dignamente ou através de gestos de solidariedade como os dos exemplos que apontaste são importantíssimos para a sua desistigmatização.Demonstrando respeito e afeto sem ares de 'pena' ajuda muito pode ter certeza!
Abraços,
Bergilde

Depois dos 25, mas antes do 40! 24 de março de 2011 às 14:50  

"Assim como cada organismo reage de forma exclusiva diante dos estímulos, cada pessoa reage no modo diferente no adoecimento."

Gostei muito dessa parte. E acho que uma acaba influenciando na eficácia da outra. O boa aceitação do remédio vem na mesma medida que sua aceitação da doença.

Mas sem julgar, porque mesmo com os avanços da medicina, receber uma notícia dessas é um choque grande demais.

Beijos

Anônimo,  25 de março de 2011 às 01:41  

Ano passado duas amigas depois de anos de luta, foram embora...
Hoje temos linhas avançadas de pesquisas, as redes sociais para divulgar as boas novas e compartilhar palavras e atitudes de solidariedade.
Não tenho duvidas que um dia falaremos do cancer como falamos hoje da Tuberculose que no passado dizimou milhares de vidas .
O Acolhimento e solidariedade são dois itens indespensavei par a cura ou convivencia com....
Marta, belo texto.
Grande abraço
Adenor Gondim

Adriana Alencar 25 de março de 2011 às 23:05  

O câncer é devastador, porque ceifa vidas em plenitude e não há uma explicação lógica ou palavras que possam consolar os que ficam...
Beijo
Adri

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