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terça-feira, 18 de maio de 2010

DA MORTE


Estou conhecendo a morte de dois modos,
sempre aos supetões.
De manhã, no espelho, seus arranhões,
À tarde, aos arrancos, soluçando
diante dos caixões.
Affonso Romano de Sant'anna

Depois de dias de silêncio volto falando de um tema difícil, a morte. Ela é "a indesejável das gentes", sobre quem a maioria das pessoas não gosta sequer de falar. Existe quem não tenha medo, como o poeta Affonso Romano de Sant'anna, que escreveu uma série de poemas, chamada de Aprendizagem da Morte, no livro O lado esquerdo do peito.

Será que aprendemos a morrer? De certa forma, no percurso da vida nascemos, crescemos e progressivamente vamos perdendo vitalidade, vamos constuíndo a morte na travessia da vida. Há encontros mais diretos, quando enfrentamos o adoecimento ou nos deparamos com a morte alheia, "quantas mortes morrerei na morte dos demais".

Nos últimos dias acompanhei perdas dolorosas. Calei, a dor rouba as palavras, como consolar pais que perderam filhos. Podemos apenas chorar junto e cultivar o que Boff chama de compreensão esperançosa da morte: "acreditar que ao morrer cairemos em nos braços dEle, para o abraço sem fim para a comunhão infinita e eterna."

Acolher e aceitar, a doença, a tristeza, o sofrimento e a mortalidade da vida é extremamente difícil para a maioria de nós. Preparar-se para a grande travessia deve ser um desafio cotidiano. Encontro proposta num outro poeta, Thiago de Mello, viver a vida com amor e alegria.

Não me indago, muito menos
me respondo sobre a vida
(se existe) depois da vida.
Não invejo (me comove)
a fé que funda a serena
certeza da eternidade.
Do que suceda no reino
que se inaugura na morte,
não me conserne. No mundo
dos homens, meu lindo chão,
quero ser capaz de amar,
mas não sonho galardão
que não seja o da alegria
do amor no meu coração.

3 comentários:

Ramon Pinillos Prates 19 de maio de 2010 às 11:35  

É, esse tema aí é bastante delicado e complicado.

O que elas estao lendo!? 20 de maio de 2010 às 04:58  

Difícil tema...

Oi Tucha, temos entrevista e sorteio no blog.


Um beijao

Bergilde 20 de maio de 2010 às 09:30  

Tucha,cada pessoa tem seu tempo e modo de como encarar as perdas.Na maioria das vezes procuramos não pensar e reagimos muito mal quando a morte chega,sobretudo se acontece inesperadamente,porém a fé ajuda muito a superá-la...
Abraços,Bergilde

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