MÚSICA E MEMÓRIA
Somos nossa memória. Somos esse quimérico museu e formas inconstantes, essa pilha de espelhos rotos.
Jorge Luís Borges
Jorge Luís Borges
Pedaços embaralhados de sons, imagens, cheiros, sabores, rostos sorridentes ou tristonhos, assim é nossa memória... confusamente lúcida, misteriosa, enigmática. Vivemos e recordamos o vivido, muitas vezes ao mesmo tempo, numa intrincada trama onde, passado, presente se mesclam. Canções são muitas vezes o veículo da lembrança, que trazem a memória pedaços do que somos.
Sonho meu, sonho meu vai buscar quem mora longe, sonho meu... vem de um passado remoto a voz afinada de minha avó cantando na varanda. E a sua filha, minha mãe, também sonhadora e musical, ergue a voz, cantando: sonhos mais lindos sonhei, em quimeras mil um castelo ergui. Músicas pedaços de memória onde me vejo menina.
Minha filha ainda pequena pede que eu coloque aquele rock antigo, é o Dark side of the moon, harmônico e psicodélico invade a sala. Meus cabelos ainda eram volumosos e cacheados, mas eu já não era mais tão hippe. A garota que amava os Beatles, os Rolling Stones, Pinck Floyd, Janis Joplin, Bob Dylan, Joan Baez, agora tinha responsabilidades de família.
Outras músicas antes... Nos braços do pai dela, faço samba e amor até mais tarde e tenho muito sono de manhã, o transito contorna a nossa cama – reclama do nosso eterno espreguiçar. Em tempos de crise e a canção declara: se me faltares nem por isto morro, se é pra morrer quero morrer contigo, minha solidão se sente acompanhada, por isso às vezes sei que necessito teu colo, eternamente seu colo.
Os anos oitenta chegam e todo dia é dia e tudo em nome do amor, Ah, essa é a vida que eu quis, uma hora aqui, a outra ali, no vai e vem dos seus quadris. Mais um filho, pois só as mães são felizes, porque dão vida, mas já reparou na inocência das criancinhas com seus comentários desconcertantes, elas advinham tudo e sabem que a vida é bela. Espelhadas músicas onde me vejo mãe.
Filhos trazem também novidades musicais, outros rockes. Com eles conheço: Ramones, U2, Madona, Sepultura, Smashing Pumpkins. Como Rita Lee, procuro estar por dentro dessa nova geração, mas os meus filhos não me levam à serio, ficam cheios de mistério, com esse tal de: Roque Enrow! Roque Enrow!
Quando olhaste bem nos olhos meus e o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei, eu te estranhei. A quimera amorosa chega ao fim mas podemos ser amigos simplesmente, coisas do amor nunca mais, ressentimentos passam como o ventos, são coisas de momento, são chuvas de verão.
Sonho meu, sonho meu vai buscar quem mora longe, sonho meu... vem de um passado remoto a voz afinada de minha avó cantando na varanda. E a sua filha, minha mãe, também sonhadora e musical, ergue a voz, cantando: sonhos mais lindos sonhei, em quimeras mil um castelo ergui. Músicas pedaços de memória onde me vejo menina.
Minha filha ainda pequena pede que eu coloque aquele rock antigo, é o Dark side of the moon, harmônico e psicodélico invade a sala. Meus cabelos ainda eram volumosos e cacheados, mas eu já não era mais tão hippe. A garota que amava os Beatles, os Rolling Stones, Pinck Floyd, Janis Joplin, Bob Dylan, Joan Baez, agora tinha responsabilidades de família.
Outras músicas antes... Nos braços do pai dela, faço samba e amor até mais tarde e tenho muito sono de manhã, o transito contorna a nossa cama – reclama do nosso eterno espreguiçar. Em tempos de crise e a canção declara: se me faltares nem por isto morro, se é pra morrer quero morrer contigo, minha solidão se sente acompanhada, por isso às vezes sei que necessito teu colo, eternamente seu colo.
Os anos oitenta chegam e todo dia é dia e tudo em nome do amor, Ah, essa é a vida que eu quis, uma hora aqui, a outra ali, no vai e vem dos seus quadris. Mais um filho, pois só as mães são felizes, porque dão vida, mas já reparou na inocência das criancinhas com seus comentários desconcertantes, elas advinham tudo e sabem que a vida é bela. Espelhadas músicas onde me vejo mãe.
Filhos trazem também novidades musicais, outros rockes. Com eles conheço: Ramones, U2, Madona, Sepultura, Smashing Pumpkins. Como Rita Lee, procuro estar por dentro dessa nova geração, mas os meus filhos não me levam à serio, ficam cheios de mistério, com esse tal de: Roque Enrow! Roque Enrow!
Quando olhaste bem nos olhos meus e o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei, eu te estranhei. A quimera amorosa chega ao fim mas podemos ser amigos simplesmente, coisas do amor nunca mais, ressentimentos passam como o ventos, são coisas de momento, são chuvas de verão.
Mas é doce morrer nesse mar de lembrar e nunca esquecer, se tivesse mais alma pra dar eu daria, isso pra mim é viver.
8 comentários:
Nossa, que texto lindo, que criatividade desconcertante! Muito bem contado, muito bem amarrado, muito bem selecionado: uma trilha perfeita!
Parabéns!
Um cheiro!
=*
Que lindo texto, me deixou emocionada! Parabéns!
Tucha que texto lindo!
Parabéns!
Uma linda semana prá você.
Beijos
Tucha , muito obrigada pela participação , todos os posts ficaram ótimos.
Abraço
Ah, postei essa música com a Elis! Amo, amo!! Essa época deixou saudades!! Beijus
Ola! gostei muito do seu post! Muitas vezes em nosso cotidiano nos lembramos dessas músicas e é nesses momentos que elas parecem fazer mais sentido, né? Tenho uma amiga que adora "desifrar" o significado das músicas....as vezes ficamos horas ouvindo e pensando no que tudo aquilo queria realmente dizer!
As músicas são como bem vc. colocou um fio condutor de nossas memórias!!
É muito bom ouvir música! Parabéns pela participação! bjos e boa semana!
Parabéns pela postagem, o texto ficou lindo e de uma sensibilidade contagiante.
Estou ainda a viajar com as cada descrição
Essa citação da musica “Luz do Equador” sempre foi um lema pra mim “Se eu tivesse mais alma para dar eu daria, isso pra mim é viver...”.
Parabéns!!
Paulo ka
the K theory
Preciso mesmo dizer que adorei?
Eu até pensei em participar... mas que cabeça eu tinha pra fazer nada?
Ainda mais na seca de música que estou... aqui está um silêncio musical de matar...
Beijoooo
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