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sábado, 2 de maio de 2009

PAIXÃO

A sala escurecendo, as cortinas vermelhas abrindo devagar e depois surgem as imagens em movimento... quase mágico. Esta é a lembrança da minha primeira sessão de cinema.

O filme era Marcelino pão e vinho, a história de uma criança criada por frades, não lembro dos detalhes. Ele foi remasterizado mas não tive coragem de comprar, achei que ia quebrar o encanto. Prefiro a memória daquela primeira vez.

As vezes brinco dizendo que o amor pelo cinema é genético. Meu avô materno (veja a foto abaixo), na década de 30, construiu o primeiro cinema na pequena Coaraci (BA). Era quase uma loucura levar a novidade para aquele final de mundo. Certamente não foi um negócio lucrativo, mas deve ter sido o mais divertido, pelo menos foi para os filhos.


Meus tios, crianças na época, têm grandes recordações. A mais velha enrolava o porteiro para poder entrar nas sessões noturnas, proibidas para crianças, o mais novo colava no pai para que não o esquecesse quando ia ao cinema. Assistiam a todos os filmes e aguardavam ansiosos o novo episódio (a maioria eram seriados) tentando adivinhar o que iria acontecer. Nas brincadeiras, usavam a imaginação, incorporavam os personagens: Buk Jones, Búfalo Bill, e eram os heróis, montados em cavalos de madeira.

Meu pai gosta tanto de cinema, foi um assiduo frequentador e agora tem uma cinemateca em DVD de mais de 600 títulos. Meu filho tem um blog Turminha do Ramon com resenhas de filmes, minha filha estudou comunicação, chegou a estagiar numa produtora, mas hoje é apenas cinefila. Assim a paixão nos une.

Hoje as pequenas cidades praticamente não têm mais salas de cinema. A televisão, depois o vídeo cassete (quem lembra dele?), e o DVD acabaram com elas. Os filmes "piratas", que estão em cada esquina, estão terminando de "matar" estes espaços. E dizem ameaçam até a própria indústria cinematográfica.

Entretanto acho que o amor ao cinema se renova. Na blogagem coletiva que participei a semana passada, descobri amantes da arte cinematográfica de todas as idades. Sempre vão existir novos apaixonados.

Pessoalmente acho que o lugar mais saboroso para ver um filme é o escurinho do cinema, só ou bem acompanhada. A gente pode se concentrar, rir, gargalhar, chorar, acredito que a magia fica mais intensa. E vocês o que acham?

2 comentários:

Anônimo,  2 de maio de 2009 às 18:40  

Tucha,
Eu lembro do filme do Marcelino, era criança qdo assisti, mas lembro!
Bjos,
Paulinha

Ramon Pinillos Prates 3 de maio de 2009 às 17:50  

O problema do fim das salas de cinema no interior não foi video cassete, televisão ou dvd e sim os altos impostos tipo IPTU. Aí vem uma igreja, que não paga boa parte desses impostos, e compra o lugar. Lamentável! Mas até que atualmente até existem algumas salas novamente no interior, mesmo com a pirataria rolando em alta, dvd pirata, internet coisa e tal.

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