PALAVRA (EN)CANTADA
O documentário tem um roteiro inteligente, aliado a montagem bem articulada, alternando depoimentos de compositores, comentários de estudiosos, imagens de arquivo e, é claro, muita música consegue prender atenção do princípio ao fim.
A diretora Helena Solberg consegue que as falas sejam bem naturais. Parece que a gente está na varanda do apartamento de Lenine, no jardim ouvindo Maria Betânia ler Pessoa, ou dando risadas dos comentários bem humorados do Tom Zé. Os depoimentos são deliciosos! Temos revelações inusitadas, como o Chico contando que só descobriu depois do sucesso que João Cabral de Mello Neto não havia autorizado musicar Vida e Morte Severina.
Algumas imagens de arquivo são preciosas, como a entrevista de Caetano num dos Festivais da Canção ou voz sempre emocionante de Vinicius, Tom e Caymmi.
Desta forma, o filme vai mesclando momentos de emoções muito diferentes, interligadas vão tecendo a história da música brasileira e sua ligação tão próxima da palavra. Vamos nos dando conta do grande tesouro nacional que é a nossa música. Além do ritmo e da harmonia ela consegue trazer dentro de si as cores, as nuances do nosso idioma, a verdadeira alma brasileira.
Eu, que busco captar poesia no rádio do carro ou no aparelho de som de casa, saio da sala do cinema encantada. Assim, não posso deixar de divulgar. Os amantes da música, os apreciadores da literatura, os entusiasmados com o cinema não podem deixar de ver.
2 comentários:
Não me empolguei muito em ver esse filme não.
Eu é que estou encantada, Tucha! Seu blog e seus posts são encantadores!!!
Um abraço
Luísa N.
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