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segunda-feira, 25 de maio de 2009

BUARQUIANA

Perceberam como estou buarquiana essa semana, é só ele.


Conheci Chico, na televisão em preto e branco da minha avó. Eu era uma menina, mas fiquei encantada com aquela a melodia ritmada, a letra simples: “estava a toa na vida e meu amor me chamou, pra ver a banda tocar cantando coisas de amor”. Economizei a mesada para comprar um compacto (era assim que se chamavam os pequenos discos de vinil com 2 faixas, uma de cada lado) com A Banda, e ouvi muitas vezes na radiola de lá de casa. Só mais tarde, adolescente, me dei conta do charme dos olhos verdes e o jeito meio tímido do cantor e apaixonei.




Os festivais foram o começo da explosão criativa da música popular brasileira, ai surgiram alguns dos melhores artistas deste país. Chico foi mais que um compositor inspirado, com sua poesia cantou amores e em momentos cruciais as músicas foram também protesto contra a ditadura. Nossa geração viveu um período de intensa mudança cultural, apesar da repressão a arte floresceu.

A obra de Chico sempre se caracterizou pela qualidade das letras, poesia pura. A cada dia ele lapidava o seu estilo de composição. As performances de palco eram quase sempre discretas, embora pudesse ficar bem “soltinho” às vezes, como nessa apresentação com Gilberto Gil. É parte de um programa chamado Chico e Caetano, a rede Globo as vezes produz coisas legais.





Em algumas músicas ele criava personagens, quem não lembra de Pedro Pedreiro, de Carolina com seus olhos tristes, Rita, que causou perdas e danos. Partindo daí vieram as incursões pelo teatro. A primeira experiência foi musicar a obra Vida e Morte Severina, de João Cabral de Melo Neto.

O trabalho de co-autoria começou com Calabrar e Roda Viva, proibidas de serem representadas pela ditadura. Mas Ana de Amsterdam e Barbara ganharam vida como personagens das músicas. Fez as versões para O Homem de La mancha, junto com Rui Guerra, grande sucesso nos palcos. Mais tarde, A gota D’água, escrita com Paulo Pontes, também sucesso na interpretação de Bibi Ferreira.

Na Ópera do Malandro Chico solta a criatividade e faz um musical bem carioca, é sem dúvida minha favorita. Outro grande espetáculo foi o o balé O Grande Circo Místico, são canções belissimas, feitas junto com Edu Lobo.

Assim, o amor a literatura seguia em paralelo. O primeiro exercício com a literatura foi com Fazenda Modelo, e o resultado não foi muito bom. Em 1993 o primeiro romance, Estorvo, depois veio Benjamim, em 1995 e Budapeste, em 2003.

Em entrevista a revista Bravo ele diz que considerava a canção uma arte de juventude, em contraposição à literatura, que seria uma forma de criação mais madura.

Os processo criativos ocorrem em tempos distintos, quando está escrevendo ele se recolhe, deixa o violão de lado e a dedicação a literatura é quase exclusiva. Feito o livro, o compositor retorna, a criação de músicas e aos shows.

Gosto do som e da palavra de Chico. As vezes passo anos sem ouvir certa música, quando ela toca no rádio, e a redescubro e me rencanto com a beleza da melodia ou dos versos. Com os livros é um outro Chico, mais dedicado, cuidadoso com as palavras, sem perder a poesia.


1 comentários:

Doces Romances 27 de maio de 2009 às 10:38  

Oii minha linda, adorei o post. Ainda não li o livro do Chico, mas pretendo ler assim que possível. Posso colocar o link do seu blog no meu?? Se cuida.. beiijoos .**

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