NINHO VAZIO
O propósito do blog não é resenhar filmes, mesmo porque meu filho tem um espaço na bolsgfera onde faz isto muito bem, e estabeleci não fazer competições em família. Entretanto, resolvi comentar sobre o Ninho Vazio por acreditar que ele tem a ver com proposta do blog. Afinal ele retrata uma crise de cinqüentões.
Primeiro quero dizer que gosto de muitos dos filmes feitos pelo, digamos assim, novo cinema argentino, eles conseguem refletir com profundidade e sensibilidade sobre os dramas e crises da classe média, coisa que nosso cinema não consegue. O nosso, no meu ponto de vista, trás sempre um tom muito forte de comédia quando olha para os dramas dessa classe.
“Ninho vazio” se detém sobre um tema difícil: as dificuldades de um casamento depois que os filhos crescem e saem de casa. Os problemas que ficavam escondidos por conta das lidas do cuidado cotidiano com filhos e a sobrevivência econômica aparecem com toda força.
Apesar do foco ser no masculino, o filme vai revelando nos detalhes da imagem e do discurso, as cumplicidades e as diferenças entre o casal. Na cena inicial a troca de olhares entre eles numa reunião entre amigos, revela a intimidade da longa convivência. Mas, aos poucos, as diferenças vão sobressaindo e, na medida em que vamos descobrindo como cada um vai vivenciando a crise do “ninho vazio” e buscando resolvê-la.
Liberada do papel de mãe, que a levou, anos atrás, a abandonar a faculdade, Martha sai na dianteira. Retoma os estudos, encara novas amizades e hábitos, rejuvenesce até fisicamente. Mostra-se pronta para iniciar novos tempos e sacudir a monotonia, vivendo uma nova liberdade.
Leonardo, parece bem mais travado. Ressente-se do peso da idade, da mudança de papeis que ela traz. Resiste aos contatos sociais, especialmente, aos antigos e novos amigos da mulher. Vive também um bloqueio criativo em relação a vida profissional, é dramaturgo. E tem fantasias com outras mulheres, como a bela dentista Violeta.
Evitando os clichês o filme subverte nossas expectativas, especialmente no final, com cenas de belíssima fotografia gravadas em Israel. O diretor (Burman), surpreendentemente um jovem de 35 anos, tem uma visão da família como espaço de crise e de conflito. Entretanto, não é pessimista, recupera nossas esperanças quando aposta na possibilidade do afeto, como alavanca a negociação e a busca de consertar sempre os erros do passado, enquanto existe tempo para colher novos frutos pelo que nos propomos acertar.
Primeiro quero dizer que gosto de muitos dos filmes feitos pelo, digamos assim, novo cinema argentino, eles conseguem refletir com profundidade e sensibilidade sobre os dramas e crises da classe média, coisa que nosso cinema não consegue. O nosso, no meu ponto de vista, trás sempre um tom muito forte de comédia quando olha para os dramas dessa classe.
“Ninho vazio” se detém sobre um tema difícil: as dificuldades de um casamento depois que os filhos crescem e saem de casa. Os problemas que ficavam escondidos por conta das lidas do cuidado cotidiano com filhos e a sobrevivência econômica aparecem com toda força.
Apesar do foco ser no masculino, o filme vai revelando nos detalhes da imagem e do discurso, as cumplicidades e as diferenças entre o casal. Na cena inicial a troca de olhares entre eles numa reunião entre amigos, revela a intimidade da longa convivência. Mas, aos poucos, as diferenças vão sobressaindo e, na medida em que vamos descobrindo como cada um vai vivenciando a crise do “ninho vazio” e buscando resolvê-la.
Liberada do papel de mãe, que a levou, anos atrás, a abandonar a faculdade, Martha sai na dianteira. Retoma os estudos, encara novas amizades e hábitos, rejuvenesce até fisicamente. Mostra-se pronta para iniciar novos tempos e sacudir a monotonia, vivendo uma nova liberdade.
Leonardo, parece bem mais travado. Ressente-se do peso da idade, da mudança de papeis que ela traz. Resiste aos contatos sociais, especialmente, aos antigos e novos amigos da mulher. Vive também um bloqueio criativo em relação a vida profissional, é dramaturgo. E tem fantasias com outras mulheres, como a bela dentista Violeta.
Evitando os clichês o filme subverte nossas expectativas, especialmente no final, com cenas de belíssima fotografia gravadas em Israel. O diretor (Burman), surpreendentemente um jovem de 35 anos, tem uma visão da família como espaço de crise e de conflito. Entretanto, não é pessimista, recupera nossas esperanças quando aposta na possibilidade do afeto, como alavanca a negociação e a busca de consertar sempre os erros do passado, enquanto existe tempo para colher novos frutos pelo que nos propomos acertar.
2 comentários:
Aff, mais um pra eu morrer porque só vou assistir no ano que vem???
O cinema argentino é infinitamente melhor que o brasileiro. Dá até vergonha tentar comparar.
É, tem muito filme que eu quero ver, senão eu até tentaria ver esse. To fraco esse ano, só vi 3 filmes no cinema até agora.
Competição de família né, que bobagem.
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