A RIDÍCULA IDEIA DE NUNCA MAIS TE VER - ROSA MONTERO - RESENHA DE LIVRO
Recontar uma vida não é tarefa
fácil, especialmente se a bibliografada é uma mulher extraordinária como Marie
Curie. O ponto de partida do livro é o que ela e a autora tinham em comum: a
perda. Viveram ambas um bom casamento, com maridos apaixonados, ficaram viúvas e
buscaram sobreviver. Trechos do belo e dolorido diário do luto da cientista são
entremeados pelos relatos das dificuldades e das conquistas desta mulher que
viveu a frente do seu tempo, a primeira mulher a ser laureada com o Nobel de
Física, em 1903, e, caso único da história da premiação, ganhou outro Nobel, em
1911.
Ao se reconhecer no luto da
cientista a autora se autoriza a falar da própria dor, como ela diz “contar a
história a sua maneira usar a sua vida como parâmetro para entender a minha”. Embora
fale da dor, não podemos dizer que é um livro sobre o luto, ou não apenas sobre
o luto. Na realidade é o considerei como uma caixa mágica de onde vão saindo
tesouros: reflexões sobre a perda, comentários sobre as relações entre homens e
mulheres, fotografias históricas e pessoais, confissões, desejos, literatura O resultado
é um texto cheio de emoção, que pode causar, as vezes alguma estranheza, mas
sobretudo me trouxe muita identificação.
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