DINHEIRO

A inspiração não tem chegado com frequência, numa velha agenda registro algumas idéias, inconclusas aguardam quietas até chegar a dona inspiração. Foi um destes que tento concluir e compartilhar, a motivação para para retornar a ele veio de um livro que ganhei: " A lista dos meus desejos".

Desejos muitas vezes podem ser realizados com dinheiro, e era sobre este nosso velho companheiro que tento refletir. A velha e clássica questão: a felicidade vem com ele ou não? No livro a personagem mora numa pequena cidade francesa, vive casamento que teve dias ruins e agora é sereno, amoroso, os filhos estão criados. É dona de um armarinho e escreve um blog sobre bordados Dedos de ouro. Tudo parece tranquilo até que por influência de amigas joga na loteria e  ganha uma pequena fortuna. 

Quem nunca sonhou em ganhar uma quantidade de dinheiro na loteria e viver sem preocupações econômicas, realizando os sonhos de consumo? Mas será mesmo que a fortuna torna a vida melhor? Quantas vezes ouvimos histórias trágicas envolvendo os novos milionários: crimes, traições, cobiças. E justamente sobre esta mescla de bênção e infortúnio que um fortuna inesperada trás que uma psicóloga institucional pondera com a personagem, a conversa a faz repensar, guardar o cheque e retomar a vida pacata que levava. Entretanto o cheque será descoberto, levando a história a uma nova reviravolta. Não, não vou contar o final do livro.

Deixo de lado os delírios lotéricos, mesmo para quem joga (não faço parte deste grupo), as possibilidades são poucas. Quero conversar sobre como administramos o que ganhamos com o "suor" do trabalho, este exercício cotidiano entre receita e despesa. Definir como investir, o que consumir nem sempre é fácil. Não sou economista, nem vou dar dar grandes conselhos sobre o assunto quero compartilhar um pouco do que tenho aprendido com a vida.

Acredito que temos que fazer o melhor com o que temos. Se ficamos imaginando: Se eu tivesse um salário melhor, se ganhasse um prêmio na loteria, ou uma herança... Quando a gente vê a vida passa e não a desfrutamos.

Uma ponderação, não gaste tudo comprando coisas. A vida é complexa e lidar com ela não é fácil. Muitas vezes a solução parece ser comprar algo novo, acumulamos mais e mais e o resultado é quase sempre retornar ao vazio, ao tédio. Acordar os sentidos, descobrir outras paisagens, novas pessoas. Nem sempre é necessário ter muito dinheiro para sentir que está vivo. 

Pague suas contas (não pagar gera juros ou o risco de ter a energia cortada por exemplo), consuma responsavelmente, tipo, compre o que precisa, sem esperdício, dentro das suas possibilidades econômicas. E reserve sempre algum recurso para pequenos prazeres, ao gosto de cada um, pra mim é uma ida ao cinema, a compra de um bom livro, um passeio, uma viagem.

E como tudo que não flui estagna, destine algum dinheiro para doar, pode ser a uma instituição que desenvolva um trabalho comunitário sério, pode ser ajudando alguém que atravessa um momento difícil, pode ser um presente legal para um amigo ou no preparo de um jantar para amigos. 

Use a imaginação, faça a lista dos seus desejos, use bem o dinheiro e a felicidade chega.