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segunda-feira, 28 de maio de 2012

CUIDE DA MAMÃE


Estou num momento de muitas atividades, sem tempo para escrever, às vezes as idéias para a postagem ocorrem, entretanto não conseguem concretizar-se num texto.


Retorno comentando um livro que li recentemente intitulado Por favor, cuide da mamãe. A autora é a sul-coreana Kyung Sook Shin.   Sem ser um dramalhão o livro emociona, pois aborda as relações afetivas no interior da família, um tema universal. A leitura me fez refletir sobre estas relações, tão importantes para a vida de cada um de nós, sobretudo aquela que temos com as nossas mães.

Nas relações muito próximas, como as em família, parece que deixamos de enxergar o outro. Quem efetivamente é a nossa mãe? Não pergunto sobre o estereótipo de mãe cantado por aí. Pergunto a respeito da mulher que nasceu e cresceu em um determinado tempo e espaço e por eles foi influenciada. Pergunto sobre uma pessoa que tem preferências, escolhas e que o tempo todo abre mão de seu próprio bem-estar, de sua própria felicidade para atender ao interesse muitas vezes egoísta do marido e o de proteção dos seus filhos.

Hoje, pergunto a você: será que conhecemos nossa mãe? Conseguimos enxergar as vontades, os sonhos dela independentemente da nossa? Isso não é uma tarefa fácil, pois nos acostumamos a ver os outros sempre através das nossas lentes e somos incapazes de ver realmente são e precisam. Volto a perguntar: será que conhecemos nossa mãe? O que a deixa inquieta, ou a tranquiliza? Podemos dizer que nossa mamãe é feliz? Foi feliz?

A segunda constatação é sobre a necessidade de escutar o outro: por que é tão difícil escutar o que sua mãe diz? Em uma sociedade que supervaloriza a juventude, o prazer constante, a reflexão sobre a vida soa como um barulho irritante que parece querer impedir tudo o que é divertido e prazeroso. A voz da mãe alertando para as más companhias, para a violência das madrugadas, para os perigos do trânsito, para evitar as drogas.

Recordo os muitos conselhos da minha mãe, a intuição para perceber as minhas inquietações e angústias. Algumas vezes os escutei outras tantas fui rebelde, desafiei as recomendações, descobri que “quebrar a cara” pode ser uma forma dolorosa de aprender. E pergunto: Temos tido tempo e paciência de sentar e escutar tudo o que nossa mãe precisa dizer?

Nem tudo que ela disser poderá ser verdadeiro, justo ou real, isso é fato, mas não custa nada afiarmos os ouvidos, abrir o coração e nos despirmos de preconceitos para escutar o que realmente foi dito e não somente o que queremos escutar.

Outra reflexão que o livro trouxe foi sobre a noção da passagem do tempo: como pensamos e agimos à medida que nossa mãe envelhece (e com a velhice aparecem suas “manias”, inseguranças, desequilíbrios, limitações, as dores que começam e insistem em permanecer etc.)? Temos paciência  com os limites, com os queixas ou nos aborrecemos facilmente ou não damos atenção necessária.

O tempo passa para todos sem dúvida, mas nossa mãe envelhecerá primeiro do que nós. E eu pergunto: estamos preparadod para isso? Sabemos respeitar a passagem do tempo, celebrando a existência de quem conseguiu sobreviver à juventude? Ou queremos apenas que eles não nos deem trabalho?

Estou vivendo este momento em que de forma espelhada enxergo a passagem do tempo, no envelhecimento da minha mãe, e o também o meu. E tenho feito um esforço para tentar estar ao lado, apesar da distância geográfica, para escutar, para cuidar da minha mãe. Mas será que estou fazendo o necessário ou apenas o suficiente.

Temos e tivemos nossas diferenças, e agora não importa mais quem esteve certa ou errada, só tenho a agradecer porque ela tentou garantir que sobrevivesse aos primeiros anos de vida, alçasse os primeiros vôos, festejou minhas conquistas, acalentou os meus filhos, esteve ao meu lado sempre.  O livro nos leva a esta reflexão de que devemos enxergar tudo que nossa mãe fez por nos, dedicar tempo para ouvi-la, compreender e respeitar a passagem do tempo com tudo de bom e de complicado que ela trás. E não esperar que seja tarde demais para ouvir, para agradecer, para cuidar.

4 comentários:

Bergilde 28 de maio de 2012 às 05:14  

Tucha,
Meu abraço e um ótimo começo de semana para você aí!
Esse livro deve ser bárbaro.Empogou-me muito já pela sua apresentação porque o tema relações maternas é vasto e ao mesmo tempo muito complexo.Cada um de nós porta consigo um pouco ou muito de nossos pais,principalmente de nossas mães e à medida que crescemos,amadurecemos com o tempo, acredito que as percebemos diversamente daquela figura ideal,mas como seres humanos com qualidades e defeitos,sujeitos às emoções,porém sempre nossos maiores exemplos de vida e respeito!E,dizer eu te amo em vida,demonstrando isso com ações é a maior forma de demonstrar esse afeto.

Ramon Pinillos Prates 28 de maio de 2012 às 21:51  

Será que eu preciso ler esse livro? heheheheheh... :)

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ 1 de junho de 2012 às 03:59  

Ah, tai um livro que eu gostaria de ler.

Gostaria de poder entender melhor a minha mae. Eu acho que ela deixou seus sonhos pelo caminho...

Bjos e uma linda semana

sol_solangerodrigues@yahoo.com.br,  7 de julho de 2012 às 06:23  

Nossa!Concordo com o Ramon...O teu comentário a respeito do livro, dispensa a leitura, pois o que escreveste, já nos leva à reflexão de uma maneira tão clara e objetiva...Parabéns.

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