DUPLA CIDADANIA
A doença é o lado sombrio da vida, uma espécie de cidadania mais onerosa. Todas as pessoas vivas têm dupla cidadania, uma no reino da saúde e outra no reino da doença. Embora todos prefiramos usar somente o bom passaporte, mais cedo ou mais tarde cada um de nós será obrigado, pelo menos por um curto período, a identificar-se como cidadão do outro país.
Susan Sontag
Durante os dois últimos dias caminhei pelo reino da doença. Minha mãe buscando a decoração da árvore de Natal no maleiro, caiu de uma pequena escada e teve fraturas múltiplas no úmero (osso do braço). E lá vamos nós, noite em claro na emergência, ausencia de vagas, burocracias hospitalares até a hospitalização e no tarde do dia seguinte a cirurgia. No outro dia a alta, para o cuidado em casa.
Mesmo que saibamos que saúde e doença são partes da vida, de uma certa forma, nós, evitamos pensar nesta cidadania onerosa, a do reino da doença. Esquecer que podemos eventualmente ser cidadãos deste reino.
Nesta curta trajetória, cruzamos com muitos dramas, não são poucos os que transitam pelo lado sombrio. E tudo me levou a refletir sobre a vida e o cuidado com o bem viver, não só o recomendado com alimentação, exercícios, mas sobretudo o criar laços afetivos que lhe dêem sustentação no enfrentar do adoecer.
9 comentários:
Tucha, sinto muito pela sua mãe! Sim, devemos cuidar da saúde enquanto temos e não quando perdemos, mas no caso da sua mãe, foi uma arte, né? Não sei a idade dela, mas depois de uma certa idade, não devemos subir nas alturas, principalmente por quem sofre de tonturas. Enfim, que ela tenha uma boa recuperação! A minha mãe passou por cirurgia no mesmo lugar, por ter caído na rua - ela sofria de labirintite - e o mais enjoado é a fisioterapia depois, está tem que levar com bastante seriedade!! Cuida bem da menina arteira!! Beijus,
Eu gostaria de abandonar essa cidadania onerosa. Quero asilo político e me naturalizar no país da saúde!!! Será que há change?
"Colega", ultimamente a vida tem sido exigente conosco... quero ver até onde aguentamos.
Beijo e força aí!
Olha, Tucha, eu vivo dizendo isso. Não tenho filha, só dois filhos, e como eu que cuido da minha mãe, fico pensando se as noras vão querer cuidar de mim (ou os meus filhos...) Eu acho que é por aí: viver uma vida a estreitar os laços para ter com quem contar no futuro... (será que soa meio egoísta?ou interesseiro? mas é o tal do passaporte que ninguém quer usar, mas que uma hora cai no colo... )
Melhoras pra sua mãe... (a minha está, neste exato momento, a testar as seis pontes cardíacas com a possibilidade do Fluminense cair pra segunda divisão... rsrssssrsr - pior que o assunto é sério!!!)
beijos e saudades
Marcia
Tucha,linda reflexão embora com o relato do acidente com sua mãe-estimo melhoras!Tendo filhos pequenos e vivendo tão longe dos meus mais caros afetos,oro todos os dias para que sejam sempre prolongados nossos dias de saúde...Abraços,Bergilde
Meu pai caiu de uma árvore aos 62 anos. Quebrou todas as costelas, nao teve o pulmao perfurado, porque os músculos dele de tanto fazer ginástica sao tao duros que o osso nao conseguiu atravessar. Passou quase 4 meses no hospital. Me diga ai se esse nosso povo na sua "tenra idade", nao andam aprontando como crianca e nos deixando de cabelos branco, rs.
Um beijao
Sinto por ela, Tucha, e espero que a recuperação seja breve... meu avô foi atropelado quanto tinha 87 anos e a recuperação foi difícil, mas toda a família se dispôs a ajudar, pois não foi fácil! Quebrou a bacia e ficou imobilizado, graças a Deus em casa, por mais de 6 meses. Os médicos diziam que ele não voltaria a andar, mas ele voltou a andar, sim! Creio que carinho seja uma parte fundamental do tratamento.
Um beijo!
"Faze-me conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil." Salmo 39:4
Tucha, nossa vida é curta e frágil! Por isso temos que viver com sabedoria, exercitando a compaixão...
Espero que sua mãe se recupere rápido e o melhor possível! Força e coragem, para as duas! Bjos
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