INDIOS
Quando estive em Manaus, final do ano passado, comprei um livro de poemas de Thiago de Mello, é dele este poema que considero bastante oportuno para o dia de hoje.
MONÓLOGO DO ÍNDIO
De mim me perco e me esqueço
do que sou, na precisão
que já tenho de imitar
do que sou, na precisão
que já tenho de imitar
o jeito de ser dos brancos
uma inútil tentativa,
que me perde e me dissolve
na dor que não me devolve
o poder de me encontrar.
Já deslembrado da glória
radiosa de conviver,
já perdido o parentesco
com a água, o fogo e as estrelas,
já sem crença, já sem chão,
oco e opaco me converto
em depósito dos restos
impuros do ser alheio.
uma inútil tentativa,
que me perde e me dissolve
na dor que não me devolve
o poder de me encontrar.
Já deslembrado da glória
radiosa de conviver,
já perdido o parentesco
com a água, o fogo e as estrelas,
já sem crença, já sem chão,
oco e opaco me converto
em depósito dos restos
impuros do ser alheio.
Resíduo de mim, a brasa
do que já fui me reclama,
como a luz que me conhece
do que já fui me reclama,
como a luz que me conhece
de uma estrela agonizante
dentro do ser que perdi.
dentro do ser que perdi.
2 comentários:
Oi, estou passando pra conhecer ;)
Bjs
Oi Tucha,
Interessante falar sobre os índios...hoje ouve-se pouco sobre eles...infelizmente...
Tenha uma boa semana!
Bjos,
Paulinha
Postar um comentário