O PÃO MEU DE CADA DIA
Precisamos dos alimentos para sobreviver. Sim, seria somente isso, fossemos como os demais animais, entretanto, com o bicho homem não é bem assim, ele sofistica tudo.
A mudança deve ter ocorrido quando um dos nossos ancestrais, enfadado de comer aquele bisão insosso, colocou algumas ervas, aqueceu no calor do fogo. E descobriu que comer podia ser bem melhor. O antropólogo Fernandez-Armesto diz que a culinária foi a primeira química, assim a revolução do cozimento poderia ser considerada a primeira revolução científica. A ciência e a culinária já inspiraram um livro: Que Einstein disse ao seu cozinheiro.
Como a descoberta do fogo, fomos aprendendo a assar, cozer, grelhar, fritar, defumar. E, criativamente, misturando os diversos processos com raízes, folhas, especiarias, verduras, caças, fomos ampliando nosso leque de opções alimentares. Quando uma receita fazia sucesso, era passada através das gerações. Fomos fazendo da comida, cultura.
E os especiarias são tão importantes que, dizem, as grandes navegações só ocorreram porque os europeus queriam temperos especiais que existiam do outro lado do mundo. Não somente eles, mas também o sal, que realça o sabor dos alimentos e ajuda a conservá-los, virou moeda de troca, e motivou até guerras.
Comida também tem toda uma dimensão simbólica. Pode ser sagrada, várias religiões tem comidas nos seus rituais. Atribuem a alguns alimentos propriedades mágica, curativas. Podem haver também interdições alimentares (não pode...), por devoção ou por saúde. Assim nos tornamos “melhores” se comemos as comidas certas.
Conseguir os alimentos também mudou através dos tempos: da aventura da caça e da colheita espontânea, passando pela agricultura e o pastoreio até as produções industriais dos alimentos. Mas creio que alguns ainda preservam a emoção da busca, o prazer da “caça” aos alimentos, caminhando pela feira procurando... Rubens Alves diz que tem experiências místicas quando vai a feira, “cebola, tomates, pimentões, uvas caquis e banana me assombram mais que anjos azuis e espíritos luminosos”.
O ato de cozinhar também diferencia as pessoas. Há aqueles que preferem desfrutar as comidas feita por outros e existem os que amam preparar, fazem na cozinha uma alquimia, uma feitiçaria. Estes últimos são parentes das bruxas e dos magos. Das suas mãos nascem sabores que nos enfeitiçam. Sejam os grandes chefes, aquela dona de casa dedicada, ou um gourmet de final de semana.Algumas destas feiticeiras estão retratadas nos filmes: Festa de Babette, Chocolate, Como água pra chocolate.
Por isso tudo, comer também pode ser comunhão, a eterna alegria de pão e vinho compartilhados. Aquele momento de estar junto, rindo, bebericando, preparando o alimento sem pressa, ou aguardando a chegada do garçom, cercado da família ou de amigos.
A mudança deve ter ocorrido quando um dos nossos ancestrais, enfadado de comer aquele bisão insosso, colocou algumas ervas, aqueceu no calor do fogo. E descobriu que comer podia ser bem melhor. O antropólogo Fernandez-Armesto diz que a culinária foi a primeira química, assim a revolução do cozimento poderia ser considerada a primeira revolução científica. A ciência e a culinária já inspiraram um livro: Que Einstein disse ao seu cozinheiro.
Como a descoberta do fogo, fomos aprendendo a assar, cozer, grelhar, fritar, defumar. E, criativamente, misturando os diversos processos com raízes, folhas, especiarias, verduras, caças, fomos ampliando nosso leque de opções alimentares. Quando uma receita fazia sucesso, era passada através das gerações. Fomos fazendo da comida, cultura.
E os especiarias são tão importantes que, dizem, as grandes navegações só ocorreram porque os europeus queriam temperos especiais que existiam do outro lado do mundo. Não somente eles, mas também o sal, que realça o sabor dos alimentos e ajuda a conservá-los, virou moeda de troca, e motivou até guerras.
Comida também tem toda uma dimensão simbólica. Pode ser sagrada, várias religiões tem comidas nos seus rituais. Atribuem a alguns alimentos propriedades mágica, curativas. Podem haver também interdições alimentares (não pode...), por devoção ou por saúde. Assim nos tornamos “melhores” se comemos as comidas certas.
Conseguir os alimentos também mudou através dos tempos: da aventura da caça e da colheita espontânea, passando pela agricultura e o pastoreio até as produções industriais dos alimentos. Mas creio que alguns ainda preservam a emoção da busca, o prazer da “caça” aos alimentos, caminhando pela feira procurando... Rubens Alves diz que tem experiências místicas quando vai a feira, “cebola, tomates, pimentões, uvas caquis e banana me assombram mais que anjos azuis e espíritos luminosos”.
O ato de cozinhar também diferencia as pessoas. Há aqueles que preferem desfrutar as comidas feita por outros e existem os que amam preparar, fazem na cozinha uma alquimia, uma feitiçaria. Estes últimos são parentes das bruxas e dos magos. Das suas mãos nascem sabores que nos enfeitiçam. Sejam os grandes chefes, aquela dona de casa dedicada, ou um gourmet de final de semana.Algumas destas feiticeiras estão retratadas nos filmes: Festa de Babette, Chocolate, Como água pra chocolate.
Por isso tudo, comer também pode ser comunhão, a eterna alegria de pão e vinho compartilhados. Aquele momento de estar junto, rindo, bebericando, preparando o alimento sem pressa, ou aguardando a chegada do garçom, cercado da família ou de amigos.
E comida pode ser também memória, alguns sabores ficam registrados para sempre. As especialidades baianas que a minha avó preparava, aquela massa num restaurante em Florença, o “escondidinho” num “buteco” do Rio Vermelho, um pastel de bacalhau no mercado em São Paulo...
Todo este preâmbulo é pra falar do projeto fotográfico que Anabel (ela é a minha incentivadora de blog) propôs chamado O PÃO MEU DE CADA DIA. Resolvi encarar, para me diverti um pouco, e pra compartilhar com alguns minha intimidade alimentar. As regras mínimas elaboradas por Bel são:
1. Fazer uma fotografia diária de algo que você vai comer. Pode ser café, almoço, jantar ou lanche. Pode ser o seu prato ou a totalidade da comida (bandeja, travessa, etc).
2. Disponibilizar num álbum on line com link em seu blog
3. As fotos podem sofrer qualquer tipo de edição. Caso você ache interessante, deixe um pequeno comentário sobre o tipo de câmera, o programa para edição e a técnica utilizados.
4. Uma pequena legenda é bom, junto com a indicação do número do dia e a data. (Se for no Picasa, ele mesmo informa a data registrada pela câmera).
3. As fotos podem sofrer qualquer tipo de edição. Caso você ache interessante, deixe um pequeno comentário sobre o tipo de câmera, o programa para edição e a técnica utilizados.
4. Uma pequena legenda é bom, junto com a indicação do número do dia e a data. (Se for no Picasa, ele mesmo informa a data registrada pela câmera).
5. Se perder algum dia, deixe em branco, não vale compensar. Registre a perda. Isso não é problema algum.6. Pode publicar mais de uma foto por dia, caso ache interessante. Às vezes a gente faz fotos de ângulos diferentes, ou aplica efeitos de edição... fique à vontade para isso.
7. Você pode ou não aparecer na foto. Mas lembre-se: É o Pão MEU de cada dia. (SEU, no caso). Não fotografe outra pessoa comendo. O foco deverá estar em você comendo, ou a comida que você irá comer.
8. Caso esqueça de fotografar e lembre-se enquanto ainda estiver à mesa, pode fotografar algo que indique o alimento: O prato sujo, a travessa com algum "restinho"...
9. Seja criativo!
PS- Primeira foto, meu café da manhã, iogurt, com morango e granola. Um pouco "tosca", a maquina fotográfica esta sem pilha e a resolutividade do celular não é boa.
PS2- Socorro Bel, não conseguir linkar o picasa.
5 comentários:
Uhuuuu!!! Adorei!!!
Mande por e-mail pra mim o link do álbum no picasa, que eu te ajudo a linkar aqui!!!
Beijooooooo
Beleza! Já está linkada lá no meu blog, nos "Outros Pães"!
Beijooooooooo
Esse papo me deu fome... e eu estou saindo pra um almoço de família. Haja memória no celular pra tantas fotos... hehehehe
Ah,coloque um link no teu blog para que outros possam te "seguir". E seja sempre bemvinda ao Geopublisher.
Beijim
Marta:
O Projeto ganhou um colorido especial com o belo texto que você escreveu sobre a história da comida.
Vou acompanhar suas fotos.
Beijos e breve vamos outra vez comer pizza naquele espaço cultural do Rio Vermelho que esqueci o nome agora.
Mascarenhas
Que mico!
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