DO AMOR E OUTROS OBJETOS PONTEAGUDOS
As conversas com um amigo que vive o súbito rompimento de uma relação amorosa me fazem refletir sobre o apaixonamento.
Ele vivia a delícia do encantamento, quando a amada mudou de ideia. Doído ele se questionava: Como é que fui me apaixonar assim a essa altura da minha vida? Respondi sem pensar: Você está vivo! Viver é risco!
Quem nunca sentiu o calor, o entusiasmo, o fogo de uma paixão? Quem nunca sentiu ter perdido o chão, o prumo, quando o rumo as paixão deu em sofrimento? Atire a primeira pedra!
Uma das coisa que me impressionou foi o sonho que teve no tempo de felicidade. Relatou que despertava e rompia uma couraça (tão Reich essa palavra) de pedra e saindo livre e feliz. Extremamente simbólico da sensação de renascimento e de transfiguração que a experiência amorosa traz. É a quebra da petrificação que foi se formando quando a gente se esquivava da possibilidade do amor.
Mas, se renascer traz vida nova, felicidade, alegria, traz também o outro lado da vida: o sofrimento e a dor. Sim, ao apostar no apaixonamento, nos abrimos para uma promessa, não temos entretanto nenhuma garantia de que ela irá se realizar. Amar é risco.
Freire Costa diz que sem amor estamos amputados da nossa melhor parte. A vida pode ser mais calma, livre de dores e contratempos quando não amamos. Mas é uma paz cinza, sem a cor da alegria.
Durante a conversa voltaram a minha memória minhas experìências de enamoramento. Em algumas nasceu o amor, com suas delícias e dores. Em outras, foi paixão, um fogo de artifício que brilhou, clareou o céu, mas depois veio a escuridão.
Entretanto não me arrependo, tenho o que contar, não serei como o velho sem conselho da música do Chico Buarque, quando perguntado sobre o amor, ele diz que a vida inteira sempre se escondeu, não se comprometeu e nunca se entregou, e é franco mostra um verso manco no caderno em branco. Me permiti, me arrisquei, meu caderno tem muitos poemas de amor e canções desesperadas.
Ao meu amigo tenho dado escuta atenta, colo e carinho no tempo de sofrimento. Torço para que as nuvens negras passem e ele possa ter "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta madura".
Entretanto não me arrependo, tenho o que contar, não serei como o velho sem conselho da música do Chico Buarque, quando perguntado sobre o amor, ele diz que a vida inteira sempre se escondeu, não se comprometeu e nunca se entregou, e é franco mostra um verso manco no caderno em branco. Me permiti, me arrisquei, meu caderno tem muitos poemas de amor e canções desesperadas.
Ao meu amigo tenho dado escuta atenta, colo e carinho no tempo de sofrimento. Torço para que as nuvens negras passem e ele possa ter "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta madura".
PS2 - As ilustrações são pinturas do meu pintor favorito Gustav Klimp, chamadas O Beijo e O abraço.
2 comentários:
Como disse Ramon, no post anterior... "procede". Viver é o risco. E eu adoro viver perigosamente!!!
Perfeito!
Beijoooo
1- Porque vc comenta o blog de Ramon e o meu não?
2- Eu paquerei Chico Buarque em Paris e ele me deu um fora, quem perdeu foi ele...
3 - Quem é esse amigo?
4 - Sua filha quer gemada, cuide dela que está respirando por aparelhos.
Eu amo você!
Maína
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