CAME TOGETHER

Como quase todos os garotos e garotas da minha geração, amava os Beatles e os Rolling Stones. Assim, quando recebi de presente do meu filho um livro com fotos dos Beatles, amei. As fotografias em preto e branco, foram organizadas cronologicamente, seguidas de pequenos textos. Desta forma, vai sendo traçado um painel com a história dos garotos de Liverpool.

Eles e as suas canções decididamente fazem parte da nossa memória afetiva. Li na revista Mente e Cérebro que pesquisadores da Universidade de Leed criam um projeto para identificar o papel das canções do Beatles na história individual das pessoas.

news:http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/i_wanna_hold_your_hand.html

Lembro que, inicialmente, o que me encantou foi a beleza dos quatro rapazes, com os cortes de cabelo novo e um jeito diferente de cantar. Procurava ler tudo que publicavam sobre eles. Lá em casa não se liberava dinheiro para a compra de discos. Para ouvi-los ia para a casa da prima Ana, que, tendo irmãos mais velhos em Salvador, sempre ganhava novidades.

A vitrola (muita gente nem sabe o que é isso) roqueava aquela música alegre e inquieta e tinhamos que nos empenhar nas aulas de inglês para poder compreender o que eles diziam. Dançavamos aos sons das inocentes baladas.

A medida que o tempo passava eles foram ficando mais maduros musicalmente e ganhado uma crescente consciência social. Também nós fomos crescendo, enxergando o que estava acontecendo do nosso país e buscando transformações e revoluções na política e nos costumes.

Há pouco tempo atrás vi, em companhia de uma amiga, o filme Across the Universe, que usa unicamente músicas dos Beatles para contar uma história de amor, foi gostoso ouvir outra vez músicas queridas com novas e interessantes interpertações. Meus filhos questionaram a qualidade do filme, mas nós duas refletimos com eles sobre a repercussão das conquistas da nossa geração no comportamento e o quanto de liberdade foi conquistada here, there e and everywhere.