SOLTANDO O SOM

Existem canções que – ao serem ouvidas pela primeira vez – funcionam como poses de fotografia: capturam para sempre um instante e o revelam e o fixam com os líquidos da epifania para que possamos voltar a esse momento definitivo toda vez que ouvirmos essa canção. Diversas vezes. Cada um tem a sua: aquela canção que funciona com a chave na fechadura da porta de sua vida e à qual a pessoa sempre retorna. Ouvi-la de novo é como ter acesso à possibilidade de suspender as leis incontestáveis e tirânicas do tempo: o que antes corria de repente diminui a marcha, se detém e...

Ouvir essa canção é compreendermos subitamente, como sonhar acordado.

Aí vem ela de novo.

Rodrigo Fresán – A mulher dos meus sonhos e outros sonhos – em “Essa história está diferente - dez contos para canções de Chico Buarque”.

Deparando com esse texto tive certeza de que ele era o "mote" para a blogagem coletiva proposta por Vanessa do Fio de Ariadne. Soltar o som revela sempre um pouco de nós, nossa memória musical faz parte da nossa história de vida.

Certamente cada um de nós tem certamente inúmeras “fotografias musicais” que lhe fazer viajar através do tempo. Solto o som e abro a minha caixa para vocês. Apenas algumas delas.

Esta é carregada de memórias de infância, minha avó Alzira gostava de cantá-la.

Um clássico, consegue trazer alegrias de primavera para qualquer estação.

Esta aqui trás de volta a juventude cheia de alegria.

Esta recorda um momento de apaixonamento. Quando nos apaixonamos desejamos céu cheio de estrelas ...