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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FOTOGRAFIA

O meu avô paterno veio da Espanha buscando construir aqui, na América Latina, o seu futuro. Um dos meus orgulhos de adolescente era o fato dele ter sobrevivido no Brasil sendo um artista e não tendo uma padaria, com muitos dos espanhóis que aqui vieram. Nada contra os que fazem pão, um pão bem feito faz bem ao corpo, mas uma obra de arte faz bem a alma.
Ele era um phografo, era assim que se escrevia a palavra. Fez belos registros da cidade onde nasci, Ilhéus. Observe a composição desta foto do antigo porto da cidade. Sensibilidade e técnica. Veja o detalhe da assinatura do alto da foto.


Além das paisagens, fotografava pessoas no estúdio. Naquele tempo, anos vinte do século passado, a fotografia era restrita aos profissionais, ser fotografado era um acontecimento. Era um protocolo social a contratação dos fotógrafos para retratar as famílias. A foto abaixo é do meu pai criança.

Lamentavelmente, não o conheci. Ele morreu quando o meu pai era ainda criança. Quase nada foi guardado pela família, apenas fotografias pessoais. A mãe já havia morrido anteriormente e os meninos, eram três, foram morar com a avó, que também morreu pouco tempo depois. Assustados com a pespectiva de serem separados após tanta perda, as crianças entraram em pânico. Mas alguém se sensibilizou e os acolheu, mesmo já tendo muitos filhos, aceitou os três em sua casa modesta _ minha querida avó Alice. Mas esta é uma outra história.
Muito tempo depois, nos anos 90, tentei aprender a fotografar. Participei de um curso para amadores, comprei uma boa câmara, livros sobre o assunto e fui fotografando. Era divertido, caminhar com os outros participantes do curso pela cidade fotografando. Fiz grande amigos naquela época.
Um dos projeto acalentados era refazer fotografias das paisagens ilheenses retratadas pelo meu avô. O sonho nunca aconteceu, faltou tempo e persistência. Ainda bem que um fotógrafo, este sim profissional e competente, fez isso: José Nazal Pacheco Soub. O resultado foram belas fotos da cidade, em locais anteriormente registrados por antigos fotográfos, que foram publicadas em um livro Minha Ilhéus . Um acervo riquissímo que seria perdido se ele não houvesse recuperado e divulgado.

Se não emplaquei como fotógrafa, aprendi a "ver" fotografia, observar a composição, o uso da luz. Ir muito além da técnica buscar a poética da imagem, todas as sensações que ela me pode provocar.
Quem sabe, depois da aposentadoria, volto a estudar e aprender mais da técnica e ai posso fazer fotos melhores e merecer o título de fotógrafa.

3 comentários:

Bel 30 de janeiro de 2009 às 08:13  

Ah, o SER fotógrafo acho que não tem tanto a ver com o profissionalismo... deve-se, sim, unir arte, sensibilidade e técnica. Mas ser profissional implica em ganhar dinheiro com isso. Aí já é outra história!!!

Eu AMO fotografia, AMO fotografar. Você sabe...

Beijooo

Maína Pinillos Prates 30 de janeiro de 2009 às 08:53  

Você tem esse livro? Deve ser bacana.
Lembre que vc já fez meu ensaio de modelo, hahahaha

Anônimo,  6 de fevereiro de 2009 às 00:54  

Dona moça.

Saudades, fez 18 anos que voce contou a hitoria do seu avo fotografo de Ilheus. Passei os olhos no seu blog e como gotei do seus textos!
Fica aqui a sugestão:
Quanda a distinta e apsentar , mergullhar na fusão de dois universos parentes fotos & texto.

Acho que voce tem tudo a ver com esses univesos paralelos.

Obrigado pela visita ao Apenas Bahia e um gande abraço

Adenor Gondim

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