FLOR DO DESERTO
A diversidade cultural sempre me encantou, resultados da história e da religiosidade de cada povo. Alguns costumes entretanto chocam e são difíceis de compreender. Entre estes está a mutilação feminina, praticada em alguns países muçulmanos, mesmo não sendo recomendação do Alcorão.
Apesar do combate a esta prática, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta de 3 milhões de meninas são vitimas da mutilação genital, uma prática utilizada para impedir o prazer sexual feminino.
A história de uma destas meninas é o foco central do filme Flor do deserto, a modelo somali Waris Dirie. A autobiografia de Waris (equivalente em somali a flor do deserto), que inspirou o filme, rompeu o silêncio sobre o assunto.
A história tem lances dramáticos. Filha de uma família nômade é circuncidada aos três anos e aos 13 é vendida para ser a quarta esposa de um homem bem mais velho, decidida a mudar o seu destino, a adolescente caminha vários dias através do deserto até chegar a Morgadishu, capital da Somália, onde vivia sua avó. Para salvá-la a senhora a entrega a família de um diplomata, e a garota passa a trabalhar como empregada doméstica em Londres, reclusa e sem aprender o idioma inglês. Fugindo dali passa a trabalhar num fast food onde é descoberta por um fotografo e tornando-se uma top model famosa.
Apesar da trajetória pessoal de superação e sucesso, o foco do filme é o discurso engajado de Waris na luta contra um traço cultural que continua causando danos físicos e psicológicos irreversíveis a mulheres no mundo. E por isso vale à pena assisti-lo.
Não posso deixar de falar que o filme tem alguns problemas técnicos, algumas derrapagens na montagem, alguns “furos” no roteiro. Um dos pontos positivos é a atriz que faz a personagem principal, a também modelo Liya Kebede, ela consegue das uma boa carga dramática a atuação e conferir um realismo impressionante à personagem. Outra qualidade é a fotografia, com ângulos de enquadramentos originais, especialmente nas sequências do deserto.
Mas todas estas aspecto podem ser esquecidos diante da relevância da questão social que ele aborda. A Waris criou uma fundação e tornou-se embaixadora da ONU na luta contra esta prática cruel.
6 comentários:
Tucha, obrigada pela dica, vou colocar na minha lista.
bjs
Tucha, já vi cd foto dela como modelo lindíssima. O que dizer de uma pessoa que no se acomodou com o que lhe apresentavam? Ela tomou uma atitude e dai sua vida mudou, senao ela só seria mais uma.
Bjao
Eu li o livro, tô dida pra ver o filme, mesmo com os "problemas técnicos"! (a gete fica muito crítica a certa altura da vida, né?)
Vc viu Mary and Max???
Bjoooo
Hum... tenho interesse em assistir não.
E um tema muito interessante e vou procurar para assistir.
Bjs., e boa semana!
Uh, você escreve bem.
Gostei do seu modo. Esse filme não ficou em cartaz por aqui...
Beijos,
Vanessa Sagossi,
comentandoofilme.blogspot.com
Postar um comentário