MANAUS

Quando comentava sobre a viagem sempre me perguntava:
_ O que você vai fazer em Manaus? É tão longe!

A cidade não ostenta a beleza escancarada e luminosa das capitais do Nordeste, entretanto tem os seus encantos: a arquitetura nascida da riqueza do ciclo da borracha, a proximidade do mistério da floresta e da imensidão dos rios da bacia amazônica.

Manaus não tem, como outras cidades banhadas por grandes rios, o Negro incorporado urbanisticamente na sua paisagem. As águas do degelo dos Andes, e das chuvas nos afluentes trazem períodos de grandes cheias, assim a cidade tem que preservar uma certa distância, mas ele permanece ao fundo fazendo parte da cidade.

Na Amazonia a vida palpita nos rios, deles depende a sobrevivência de muitos e por eles circulam mercadorias, pessoas da terra, turistas. Navegá-lo é programa imperdível para quem visita. E foi o que fizemos, navegamos para ver o encontro das águas, o Negro e o Solimões (Amazonas) se encontram e não se misturam, a água escura de um e a amarela do outro vão lado a lado num espetáculo impressionante.

Os sabores do Norte são outra experiência sensorial. À primeira vista, especialmente para os baianos, a comida sem a cor forte que nós, que herdamos a herança africana, não nos parece apetitosa. No entanto, após prová-la nos encantamos. Peixes de nomes indigenas, pirarucu, tucunaré, tambaqui, temperados com ervas e com o tucupi ficam deliciosos. Na sobremesas doces de frutas locais tem um mesclado doce azedo

Todo brasileiro deveria, pelo menos uma vez na vida, ir a Amazonia, respirar o ar da floresta, contemplar a fauna e a flora, navegar pelos rios, sentir que aquele pedaço do Brasil tão diverso é nosso.